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Marisa Matias: “Agora parece que vale tudo para ter maiorias absolutas”

Eurodeputada reagiu às declarações do primeiro-ministro sobre o Bloco de Esquerda. Catarina Martins, que retweetou a publicação de Marisa Matias, também já deixou o recado: “os partidos políticos ganham em respeitar-se”.
24 Agosto 2019, 15h05

A eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias criticou este sábado as declarações do primeiro-ministro, António Costa, acusando-o de mudar de postura para atingir uma maioria absoluta. Numa publicação no Twitter – que foi retweetada pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins – Marisa Matias reagiu à entrevista de António Costa ao Expresso.

“Neste quatro anos, enquanto precisou de parceiros para ser governo, António Costa nunca fez caricaturas de mau gosto. Agora parece que vale tudo para tentar ter maiorias absolutas”, escreveu a eurodeputada.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também já criticou as declarações do primeiro-ministro. Em entrevista ao Eco, afirmou que “os partidos políticos ganham em respeitar-se, em respeitar as diferenças que temos, em respeitar as pessoas que confiam em nós e que estão nos partidos. É bastante melhor do que fazer caracterizações mais ou menos caricaturais uns dos outros, que não ajuda ninguém”.

Em entrevista ao Expresso, publicada este sábado, o primeiro-ministro apelou a um PS mais forte e não descartou um cenário de governação sem acordos.

“Um cenário à espanhola, com um PS fraco e o nosso Podemos forte [em alusão ao Bloco de Esquerda] , seguramente inviabilizaria a estabilidade política”, refere, sublinhando que o PCP e o Bloco de Esquerda são partidos de “natureza muito diferente” e que “o PCP tem uma maturidade institucional muito grande”.

“Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes. Não me compete a mim dizer qual é melhor ou pior, não voto nem num nem no outro”, disse ainda António Costa.

 

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