O advogado e comentador político Luís Marques Mendes disse este domingo que é negativo para o Governo de António Costa que haja uma perceção por parte do público de que houve cedência aos bancos no que diz respeito à recente mudança no modelo dos certificados de aforro.
“A perceção pública é a de que houve uma cedência à banca. Isso não é bom para o Governo, não dá uma imagem positiva”, afirmou esta noite, no habitual espaço de comentário semanal na SIC, moderado pela jornalista Clara de Sousa.
“Esta redução, por via de uma nova série, acontece em que ocasião? Primeiro, numa ocasião em que os bancos têm taxas de depósitos muito baixas. Segundo, em que há claramente transferências de dinheiro que estavam nos bancos para os certificados. Terceiro, em que os banqueiros vieram a público queixar-se e dizer que os certificados deviam baixas as suas taxas de juro”, lembrou o antigo governante social-democrata.
O ex-ministro explicou que os certificados de aforro, em termos de juros, valiam quatro vezes mais do que os depósitos e, a partir de amanhã, ainda vão continuar a valer cerca de três vezes mais. Porém, “para o cidadão, é uma má decisão”. “Até agora, os bancos estavam a ter uma concorrência forte dos certificados, ainda vai continuar, mas obviamente não será tão acentuada”, argumentou.
Luís Marques Mendes defendeu que “é aceitável” e positivo que as instituições bancárias tenham lucros, contudo “o problema é que os depósitos dos bancos continuam baixos”. “Portugal tem dos juros dos depósitos mais baixos da Europa. Só há um país pior que nós que é o Chipre”, alertou no canal de Paço d’Arcos.
Em causa está a alteração à subscrição de certificados de aforro, que ocorreu na sexta-feira e suspendeu a comercialização dos certificados da série E e criou a série F, com uma taxa de juro mais baixa.
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