Luís Marques Mendes disse que o Estado de Emergência que vigora em Portugal atualmente até ao dia 2 abril deverá ser renovado “pelo menos” por mais duas vezes, podendo prolongar-se até ao início de maio, porque o pico deverá acontecer mais tarde do que o inicialmente previsto, isto é, em maio.
No comentário semanal na SIC, o ex-líder do PSD explicou que a prorrogação do Estado de Emergência se deve ao aplanar da curva dos casos de pessoas infetadas com o Covid-19.
Apesar de a situação ser positiva do ponto de vista da saúde pública, porque significa que “os hospitais não entram colapso e significa que há condições de que toda gente é tratada”, a transformação do pico em ‘planalto’ significa que o Estado de Emergência será renovado.
“O Estado de Emergência que está neste momento em vigor, vai ser renovado na próxima semana, e do meu ponto de vista vai ter de ser renovado pelo menos duas vezes. Ou seja, vigora, até ao dia 2 de abril, há-de ser renovado até dia 16 e, provavelmente, há-de ser renovado pelo menos até ao fim de abril, início de maio”, disse Luís Marques Mendes.
A evolução da Covid-19 em Portugal, com uma subida percentual do número de casos inferior a Itália e Espanha, tem também consequências para a economia. “Sendo o pique mais tarde, evidentemente que a retoma económica também se dá mais tarde e, portanto, é uma má notícia para a economia, mas uma boa notícia para a saúde pública. Não há alternativa, o objetivo aqui é o de salvar vidas”, referiu o comentador.
Mais testes a caminho com especial incidência no lar de idosos
Foi uma notícia dada em primeira-mão por Marques Mendes: vêm aí mais testes, em especial para os lares de terceira idade. “A partir de amanhã começa uma nacional de testes com o objetivo de ter dez mil testes ao longo de várias semanas, sendo que serão feitos sensivelmente 300 testes por dia. As primeiras zonas contempladas serão as de Lisboa, Évora, Guarda, Aveiro e Algarve. É nestas regiões que vão já avançar os testes durante esta semana. É uma notícia muito positiva porque precisamos de mais testes”, disse o ex-líder do PSD.
A campanha surge na sequência de uma parceria desenvolvida entre o Ministério da Segurança Social e o Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, dirigido pela cientista Maria Manuel Mota, com a colaboração da Cruz Vermelha portuguesa e com as universidades de Aveiro e do Algarve.
Dinheiro para pagar salários em ‘lay-off’ nos cofres das empresas a 28 de cada mês
Luís Marques Mendes considerou que o Governo melhorou no regime do lay-off simplificado e as transferências de dinheiro de Segurança Social para as empresas que recorram a este regime vai ocorrer nos dias 28 de cada mês, em mais uma notícia avançada pelo comentador este domingo.
“O modelo hoje é mais simples, transparente e automático e isso é muito bom para as empresas. O ministro da Economia disse que ia ser estabelecido um dia por mês em que a Segurança Social iria transferir para as empresas do dinheiro relativamente ao lay-off. O dia que está estabelecido é o dia 28 de cada mês”, revelou Marques Mendes.
Sobre as linhas de crédito, o antigo líder do PSD considerou que o Governo, tal como outros governos, está a tratar desta crise como todas as outras, recorrendo a estas linhas. Luís Marques Mendes considerou que “com com uma análise criteriosa e seletiva, eram preferíveis alguns apoios a fundo perdido. Antes de meter dinheiro nas empresas a fundo perdido para as salvar do que depois dar a fundo perdido os subsídios de desemprego, se as empresas não se salvarem”.
Além disso, o comentador considerou que “as linhas de crédito são uma solução relativamente barata para os governos que não gastam praticamente nada nesta fase e são relativamente boas ideias para os bancos e as grandes empresas. O problema é das pequenas e médias empresas que são a grande malha do tecido empresarial em Portugal. Eu receio muito que apesar das boas intenções estas linhas de crédito não cheguem às pequenas e médias empresas”.
É preciso “injetar liquidez nas empresas o mais possível”, salientou Marques Mendes. “Se não se salvam as empresas, então perde a economia e perde também o Estado que vai meter dinheiro a fundo perdido nos subsídios de desemprego”.
[atualizada às 21h39]
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