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Marques Mendes: “Provavelmente António Costa terá piores condições para governar”

“O ambiente à volta será de maior incerteza e de maior instabilidade”, argumentou o comentador político da SIC. Mesmo com mais votos e mais deputados eleitos, o PS terá duas oposições: uma à direita e uma à esquerda, segundo o antigo dirigente social-democrata.
13 Outubro 2019, 20h52

O antigo presidente do Partido Social-Democrata (PSD) Luís Marques Mendes considera que António Costa terá, provavelmente, piores condições para governar do que nos últimos quatro anos por causa das condições político-económicas.

“O ambiente à volta será de maior incerteza e de maior instabilidade (…).  Vai governar num quadro de abrandamento económico. Não é recessão, mas há menos dinheiro para distribuir. E menos dinheiro para distribuir é o quê? Instabilidade a mais e popularidade a menos. Vai ter provavelmente também um quadro de maior agitação social”, argumentou este domingo o comentador político da SIC.

Mesmo com mais votos e mais deputados eleitos, o advogado prevê piores condições para um Governo liderado por António Costa até porque, nesta legislatura, terá duas oposições: uma à direita e uma à esquerda. “O Partido Comunista vai querer compensar nas ruas aquilo que perdeu nas urnas”, exemplificou Luís Marques Mendes, no habitual comentário na estação de Paço d’Arcos.

Ainda assim, Luís Marques Mendes acredita que António Costa cumprirá os quatro anos de mandato. “Ser derrubado no parlamento é muito difícil porque implica juntar a esquerda e a direita. E a esquerda juntar-se à direita para derrubar um Governo de esquerda é muito complicado, e pode ser muito penalizada”, explicou, antecipando ainda uma remodelação no Governo que pode passar, por exemplo, pela promoção de Ana Mendes Godinho e Cláudia Joaquim a ministras.

Para o ex-ministro, o PSD e o CDS-PP também não “têm a vida fácil” por causa das suas crises internas e “a eternidade” que é os quatro anos na oposição. “Precisam de tempo para resolver as crises internas, e, provavelmente, serão sujeitos a chantagens no parlamento em nome da estabilidade e do interesse nacional”, defendeu.

O PS venceu as eleições legislativas do último domingo com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos. Após ter sido indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, António Costa disse esperar que haja disponibilidade para que, com diálogo partidário, a legislatura possa correr até ao seu termo normal. O dirigente socialista diz que essa vontade é importante quer para o crescimento económico de Portugal quer para a credibilidade internacional do país.

“Creio que a vontade de todos os portugueses é muito importante para o desenvolvimento do país, para confiança no investimento, gerador de riqueza e de emprego, que permita continuar a fazer o país crescer economicamente. É também importante para a credibilidade internacional de Portugal podermos ter um governo com o horizonte da legislatura”, disse, no início da semana, aos jornalistas à saída no Palácio de Belém.

Notícia atualizada às 21h10

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