“Estão em votação na especialidade as alterações à legislação laboral. Para valorizar o trabalho do privado é preciso acabar com a caducidade da contratação coletiva e repor o tratamento mais favorável. E que os trabalhadores do privado tenham direito ao mesmo subsídio de alimentação do público”, defendeu hoje Catarina Martins, no debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República. Dirigindo-se a António Costa, a líder do BE apelou: “Não espere pela próxima legislatura, faça a lei do trabalho com a esquerda”.
Na sua intervenção, Martins fez referência ao anúncio da intenção do PS de “aumentar salários nas funções superiores” da Administração Pública, salientando que “há muitos trabalhadores que fogem para o estrangeiro e há outros que, não tendo muitas qualificações, têm tarefas de responsabilidade, como as forças de segurança”. Por outro lado, apontou para a generalização do salário mínimo e para a crescente aproximação entre o salário médio e o salário mínimo. Como tal, instou o Governo a alterar a legislação laboral “com a esquerda”.
A resposta de Costa foi algo evasiva, assegurando que perfilha a visão de que “os salários são uma questão central” e dizendo que “não é admissível a disparidade salarial existente nas empresas”. Na contra-resposta, Martins sublinhou que “não basta apelar às empresas”, insistindo na necessidade de alterar a legislação laboral.
“É um erro acabar a legislatura sem tirar a troika da legislação laboral. E é um erro que esta legislatura acabe de braço dado com o PSD a aprovar lei do trabalho”, afirmou a líder bloquista. Visivelmente irritado, Costa pediu a Martins que, “de uma vez por todas, seja coerente e aprove a proposta do Governo” de alterações à lei laboral.
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