A MDS vai trocar o grupo Sonae por um broker inglês que fatura 1,5 mil milhões de US dólares anualmente. José Manuel Fonseca, CEO da MDS disse ao JE que a grande diferença “está no perfil do acionista”. À margem do encontro da plataforma de seguros Brokerslink que se realizou recentemente, o gestor salientou que “a MDS não era core da Sonae, era um acionista interessado e que gostava da empresa. Mas não era necessariamente o melhor acionista numa perspetiva de futuro da empresa”. Com esta aliança a MDS passa a ter uma retaguarda com um grande potencial de crescimento. E em termos de consequências é relevante porque a integração “é totalmente descentralizada, mantém-se a marca e a equipa da gestão”. E acrescenta: “Em cima disso passamos a ter os recursos que não tínhamos, desde logo os tecnológicos, técnicos (a empresa tem em Londres companhias que atuam no resseguro do sale e na aviation) e expertise que não tínhamos, e passámos a ter dimensão.
Faz-se sentido a MDS vir a transformar-se em seguradora?
Em princípio não. São funções diferentes, a seguradora assume risco e nós somos consultores e muitas vezes fazemos nós o produto, mas quem assume o risco é a seguradora. E depois o que fazemos é consultoria, é gestão de risco e alternativas de transferência de risco- Aliás, temos uma seguradora em Malta para outro tipo de produtos e a relação do cliente com a empresa é muito mais ampla do que a colocação do risco.
A MDS em vindo a anunciar aquisições de brokers em várias geografias, com destaque para o Brasil. Isso significa que o Brasil será no futuro próximo o grande mercado da MDS?
O Brasil é um mercado poderosíssimo, somos a terceira operação do Brasil, e muito preparados para acolher e integrar novas equipas e novos parceiros. Temos implementado uma política de M&A muito estruturada, muito bem pensada e temos uma marca e um modelo de integração e uma reputação que atrai boas empresas e equipas. Vamos tirar partido desse leverage.
Que outros mercados estão a estudar?
Onde houver boas oportunidades. Não excluímos só porque é aquela ou outra região. Se for uma boa oportunidade lá estaremos.
A geopolítica que está a acontecer, com as crises de abastecimento não faz com o que seguro tenha de se reinventar, criar novas exclusões e subir preços?
A indústria está sempre a reinventar-se. O seguro e o risco é algo que está sempre muito associado à economia em concreto. Se isso muda, o setor também muda, melhor do que a banca. Temos ciclos e a palavra reinventar é forte mas, a verdade, é que o setor tem de adaptar-se a circunstâncias novas que por vezes são radicais.
Qual o objetivo da plataforma Brokerslink? Considera que esta é a plataforma mais internacionalizada que começa em Portugal?
Talvez. Estamos em 126 países com operações locais e temos brokers e não brokers, temos “cativas” e empresas diferentes ligadas ao risco, incluindo o “Legal” mas, para além disso, é uma networking.
Friso que acima de tudo isto há uma empresa chamada Brokerslink que é detida por 60 destes parceiros e que tem sede na Suíça e na qual sou chairman. É uma empresa que é dona e gere esta rede. Foi fundada no Porto sendo que mais tarde incorporou na Suíça. A equipa está no Porto e o core é Portugal, embora a equipa seja de vários países. Relevante é que esta empresa é detida por 60 membros da plataforma, sendo uma empresa profit oriented, equity base, distribui dividendos e essa empresa gere a rede e tem um alcance mundial e pode servir um cliente a qualquer nível.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com