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Médio Oriente: Irão sinaliza que está pronto para negociar

O Irão quer conversar sobre a redução das hostilidades com Israel e deve fazê-lo imediatamente. “Antes que seja tarde demais”, disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Indiferente, Israel aumentou o perímetro dos seus ataques.
17 Junho 2025, 07h00

O Irão comunicou, segundo agências internacionais, que está pronto para negociar a descida da tensão com Israel – uma urgência que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já destacou como essencial para pôr fim aos ataques. “Eles precisam de fazer um acordo, e é doloroso para ambas as partes, mas eu diria que o Irão não está a vencer esta guerra, e deveriam conversar, e deveriam conversar imediatamente, antes que seja tarde demais”, afirmou Trump no início de uma reunião com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, durante a cimeira do G7.

O ministro das Relações Exteriores do Irão, Abbas Araghchi, parece ter tentado, de forma velada, solicitar que os Estados Unidos intervenham para negociar o fim das hostilidades, que já duram mais de oito dias. Numa publicação nas redes sociais, Araghchi declarou que, se Trump for “genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em interromper esta guerra, os próximos passos serão importantes”. Ele acrescentou: “Basta um telefonema de Washington para amordaçar alguém como Netanyahu, o que pode abrir caminho para o regresso da diplomacia.”

Esta mensagem chega a Washington após a recente ronda de negociações entre os EUA e o Irão sobre o plano nuclear de Teerão ter sido cancelada no passado domingo, na sequência de ataques de Israel a locais militares, políticos e energéticos no Irão.

A possibilidade de o Irão estar em busca de negociações teve um impacto imediato no mercado, com o preço do petróleo brent a cair mais de dois dólares por barril esta segunda-feira, cotando a meio da tarde a 73,62 dólares.

Israel, por sua vez, parece estar a desconsiderar o anúncio do Irão, detectando uma fraqueza do inimigo – uma situação que, para eles, representa uma oportunidade para intensificar os combates. Durante a tarde de segunda-feira, o exército de defesa de Israel (IDF) emitiu um aviso de evacuação a Teerão, sinalizando a iminência de um ataque de grandes proporções. A imprensa israelita reportou que Israel planeja alargar o perímetro dos ataques, que até então se limitavam a interesses militares e energéticos. Imagens do prédio da emissora estatal iraniana em chamas começaram a circular.

Em uma mensagem direta ao povo iraniano, o presidente da Unidade Nacional, Benny Gantz, enfatizou que a guerra de Israel é contra “o regime que tenta destruir-nos, não contra o povo iraniano”. Em entrevista ao Iran International, um veículo de comunicação de oposição sediado em Londres, Gantz declarou: “O povo iraniano é um povo de história rica e uma cultura distinta, e espero que chegue o dia em que o povo judeu e o povo iraniano possam viver lado a lado em amizade e prosperidade.” Ele reforçou que é crucial garantir que o regime iraniano nunca obtenha capacidade nuclear militar ou a capacidade de mobilizar representantes contra Israel.

Gantz, atualmente um dos líderes da oposição após ter se demitido do gabinete de crise criado por Benjamin Netanyahu após os ataques de 7 de outubro, afirmou: “A decisão de agir preventivamente contra o Irão foi justificada e necessária, e, nesse sentido, a oposição israelita está totalmente unida à coligação. O povo de Israel está totalmente unido nos objetivos, e quaisquer divergências que possamos ter terão que esperar por outro momento.”

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