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Mercado de escritórios regista quebra de 34% em Lisboa no primeiro semestre

Neste período foram absorvidos 84 mil m2 em relação aos 127 mil m2 contratados no período homólogo, num sinal de recuperação em relação à descida homóloga de 80% registada pelo mercado no fecho do primeiro trimestre deste ano.
21 Julho 2025, 12h18

A ocupação do mercado de escritórios em Lisboa registou uma quebra de 34%, para 84 mil metros quadrados (m2) no primeiro semestre, em comparação com os 127 mil m2 absorvidos no período homólogo, segundo os dados do Office Flashpoint da consultora JLL divulgados esta segunda-feira.

Ainda assim este número representa um sinal de recuperação do segmento de escritórios na capital em relação à descida homóloga de 80% registada pelo mercado no fecho do primeiro trimestre deste ano.

No primeiro semestre foram realizadas 70 operações de ocupação de escritórios em Lisboa, das quais 67.800 negociadas entre abril e junho, sendo que no segundo trimestre, a ocupação mais que quadruplicou face ao trimestre anterior e cresceu 27% face ao trimestre homólogo.

No primeiro semestre, a zona do CBD foi a mais procurada, gerando 52% da área ocupada em Lisboa, enquanto as empresas de Serviços Financeiros foram as mais dinâmicas na tomada de espaço, concentrando 40% do take-up semestral.

Lisboa alcançou uma absorção de 17 mil m2 em junho, apresentando um crescimento de 26% face a maio e de 94% face a junho de 2024, com destaque para a colocação da Teleperformance em 6.490 m2 do Oriente Green Campus, com o Parque das Nações, com uma quota de 49% do take-up mensal, a ser a zona mais dinâmica e o setor de Serviços a Empresas, com uma quota de 70%, a ter a procura mais ativa.

Bernardo Vasconcelos, Head of Office Leasing da JLL, afirma que “apesar de a atividade se manter inferior a 2024, o mercado de Lisboa teve uma forte recuperação no segundo trimestre do ano, quando foi gerada 81% da ocupação semestral e com um resultado que está 27% acima do segundo trimestre de 2024. É expectável que o segundo semestre iguale a ocupação destes primeiros seis meses, aproximando o mercado à média anual dos últimos 10 anos”.

Porto recupera mais lentamente

Quem também dá sinais de retoma, mas de forma mais lenta é a cidade do Porto, que no primeiro semestre verificou uma redução de 68% face ao período homólogo, desacelerando em relação à quebra de 84% observada no primeiro trimestre. No entanto, a ocupação dos primeiros seis meses do ano soma apenas 9.100 m2, dos quais 6.100 m2 dizem respeito a operações concretizadas no segundo trimestre.

No primeiro semestre foram concretizados 22 negócios com uma área média de 415 m2, com as zonas do CBD Boavista, CBD Baixa e Matosinhos a mostrarem maior dinamismo com quotas de 20% a 25% cada da atividade semestral, sendo as empresas de Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT’s) & Utilities, responsáveis por 29% da absorção até junho.

Em junho foram ocupados 3.100 m2 duplicando quer em termos mensais quer homólogos, com o eixo Outros Porto a verificar 39% do take-up, e as TMT’s & Utilites a representar uma procura de 52% da área tomada.

O responsável da JLL acredita que o Porto vai acompanhar a tendência de Lisboa, com o segundo trimestre a acelerar e a contribuir com 68% da atividade no semestre, mas permanecendo ainda muito pressionado em termos da área absorvida. “É sobretudo uma questão de falta de dinâmica atual das procuras existentes, mas de cariz temporário, dado que as rendas se mantêm estáveis”, refere.

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