Mercado global de obrigações regista maior saída de dinheiro dos últimos cinco anos
As tarifas tem levado à saída avultada de dinheiro dos mercados financeiros e também de fundos de obrigações norte-americanos e europeus, de acordo com a agência noticiosa Reuters. Contudo os fundos de obrigações asiáticos estão a ter mais dinheiro. Entra também mais dinheiro em fundos monetários e também nos mercados de ações e obrigações de mercados emergentes. O ouro e os metais preciosos registam também mais entrada de capital.
11 Abril 2025, 15h42
O mercado de obrigações ao nível global teve retirada de capital no valor de 25,71 mil milhões de dólares (22,6 mil milhões de euros), na semana que finalizou a 9 de abril, o maior volume semanal desde 1 de abril de 2020, de acordo com os dados da LSEG Lipper, divulgados pela agência noticiosa Reuters.
A maior parte das retiradas de capital foram nos fundos norte-americanos de obrigações com 15,64 mil milhões de dólares (13,7 mil milhões de euros), na semana que terminou a 9 de abril, a maior retirada semanal em 27 meses. Foram ainda retirados 12,72 mil milhões de dólares (11,1 mil milhões de euros) em fundos europeus. Contudo os fundos asiáticos tiveram entradas de 289 milhões de dólares (254,6 milhões de euros).
A Reuters refere ainda que os treasuries (títulos de dívida) norte-americano também registaram grandes perdas, levando a que a yield dos títulos norte-americanos a 10 anos aumentassem 45.5 pontos base para os 4,45%, o maior aumento, numa semana, desde novembro de 2021.
Ao nível dos fundos de obrigações com yield elevada e fundos com participação de empréstimos, salienta a Reuters, existiu retirada de capital no valor de 15,92 mil milhões de dólares (14 milhões de euros) e de 6,69 mil milhões de dólares (5,8 milhões de euros), numa semana.
Nas ações foram retirados 10,7 mil milhões de dólares (9,4 milhões de euros), durante a semana, acrescenta a agência noticiosa. Por setores as maiores retiradas de dinheiro foram para as financeiras, as da saúde e para as tecnológicas e atingiram os 3,23 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), 1,21 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) e de 867 milhões de dólares (763,9 milhões de euros).
Em sentido contrário os fundos monetários tiveram entradas de capital de 25,8 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros), durante a semana, acrescenta a Reuters.
O ouro e os metais preciosos viram entradas de capital no valor de 1,03 mil milhões de dólares (800 milhões de euros), enquanto que os fundos de ações e de obrigações, de mercados emergentes, viram a maior entrada de capital, em cerca de quatro meses, no valor de 4,9 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) e de 3,6 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros).
