A necessidade habitacional em Angola é “brutal”, mas o mercado imobiliário está estagnado devido à dificuldade na obtenção de financiamento, alertou o presidente da associação imobiliária angolana (IPIMA).
“O mercado imobiliário está estagnado, não se produzem praticamente imóveis novos. Temos de acompanhar o crescimento do país (..) Estamos há sete ou oito anos parados e a necessidade habitacional em Angola é brutal”, disse Pedro Caldeira em entrevista à agência Lusa, responsabilizando o crédito malparado e a economia “muito dolarizada” pela asfixia do sector.
“Os bancos têm uma carteira de crédito malparado muito grande (…) e as empresas não se conseguem financiar”, salientou. Além disso, o crédito à habitação não é uma prática habitual pois os angolanos estão mais habituados a comprar a pronto ou recorrer a empréstimos junto de familiares.
Por isso, a maior parte do crédito concedido era para investimento. Nos últimos anos, a desvalorização acentuada do kwanza agravou os problemas.
“A economia era muito dolarizada e muito do crédito que foi concedido entre 2007 e 2012 era indexado ao dólar. Mas ao retirar liquidez do mercado para combater a especulação da venda da moeda, o governo também retirou liquidez da vida das pessoas, para investir, para viverem. E as empresas começaram a fechar”, lamentou o mesmo responsável, sublinhando que “não há economia nem empresários que consigam acompanhar a desvalorização do kwanza”.
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