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Mercadona planeia abrir até 200 lojas em Portugal

“Somos anticentralismo. Queremos demonstrar que o Porto é tão bom como Lisboa. Iremos estar em Lisboa e ficaremos muito contentes quando isso acontecer, mas Portugal não é só Lisboa, tal como Espanha não e só Madrid”, defende o presidente da Mercadona, Juan Roig.
12 Março 2019, 13h43

A Mercadona vai abrir entre 150 e 200 lojas em Portugal nos próximos anos, admitiu hoje Juan Roig, presidente do conselho de administração da empresa, durante a sessão de apresentação dos resultados do grupo em 2018, que se realizou hoje, dia 12 de março, no centro de inovação do grupo, em Jarro, nos arredores de Valência, Espanha.

A informação foi revelada neste encontro com a imprensa por Rosa Aguado, diretora geral de obras e expansão da Mercadona, que acrescentou que, do total de 150 a 200 lojas a abrir em Portugal, 70 serão na região norte do país.

Juan Roig descartou que esta expansão para o mercado nacional seja feita por via aquisitiva, assegurando que a montagem da rede de lojas será concretizada através de crescimento orgânico, “como uma mancha de azeite”, numa lógica de expansão territorial contígua, de norte para sul, sem saltos geográficos, devido a questões de abastecimento logístico.

Este crescimento será viabilizado em parte pelo programa de investimento do grupo previsto para o período entre 2019 e 2023, num valor global de 10 mil milhões de euros, dos quais cerca de 2.300 milhões serão aplicados já este ano. Não foram referidos valores de investimento previsto para este ano em Portugal, mas no ano passado o grupo investiu 60 milhões no nosso país. Desde 2016, ano em que o grupo anunciou a sua intenção de entrar no mercado nacional, já investiu 160 milhões de euros em Portugal.

Roig garantiu que o investimento futuro não será travado por falta de recursos financeiros e até admitiu alargar a aventura internacional a outros mercados, sem referir o alvo. “Este ano, vamos fazer uma coisa que nunca fizemos antes. São as primeiras aberturas de lojas em Portugal. Estamos muito orgulhosos. Este é o primeiro desafio internacional que a Mercadona tem. Após a primeira abertura de uma loja da Mercadona em Portugal, prevista para 2 de julho, em Vila Nova de Gaia (Canidelo), a Mercadona deverá inaugurar mais três lojas nesse mês, provavelmente ao ritmo de uma por semana, em Matosinhos, Gondomar e Maia.

 

“Portugal não é só Lisboa”

Até ao final do ano, serão inauguradas mais seis lojas na região norte, uma segunda em Gaia e em Braga, São João da Madeira, Porto (centro), Ovar e Barcelos. Além destas, o grupo tem mais dez lojas contratadas, todas na região norte. Juan Roig explicou por que o grupo decidiu iniciar a entrada no mercado nacional pela região norte.

“Somos anticentralismo. Queremos demonstrar que o Porto é tão bom como Lisboa. Iremos estar em Lisboa e ficaremos muito contentes quando isso acontecer, mas Portugal não é só Lisboa, tal como Espanha não e só Madrid”, sublinhou o presidente da Mercadona.

“Vamos continuar a baixar até Lisboa, a nossa intenção é continuar a abrir lojas se as coisas continuarem a correr bem”, disse o presidente da Mercadona. Juan Roig adiantou que com este reforço da presença em Portugal, o número de empregados do grupo no nosso país vai passar dos atuais 300 até aos mil no final deste ano, alem de revelar que as lojas da Mercadona no país vão ter as novas áreas de pronto a comer, reconhecendo que este segmento de atividade, “está mais desenvolvida em Portugal que em Espanha”, referindo os concorrentes Pingo Doce e Continente, “que já têm essa oferta”.

O presidente da Mercadona explicou ainda que o grupo decidiu abrir as suas lojas ao domingo em Portugal, “porque é o segundo dia da semana com mais vendas” no setor da distribuição, sendo apenas batido nesse registo pelos sábados.

Roig adiantou que em Portugal haverá outras diferenças em relação a Espanha, como, por exemplo, no sortido de produtos alimentares, em que cerca de 50% da oferta será distinta.

“Em relação ao consumidor português, temos de estudar e perceber as diferenças entre o consumidor do Porto e o consumidor do Alentejo e de Lisboa. Temos de obter esse conhecimento e é nisso que estamos a trabalhar”, prometeu Juan Roig.

* O jornalista viajou para Valência, Espanha, a convite da Mercadona

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