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Depois da inflação e dos juros, o perigo é a recessão, sublinha especialista da Allianz GI

Os investidores estão a ter um ano cheio de peripécias – como são por exemplos as falências do sector bancário. Aparentemente, antes de melhorarem, as coisas ainda podem piorar. Mas, como sucede sempre, nos mercados nada pode ser dado com certo.
4 Maio 2023, 10h07

“Olhando para o resto de 2023, é importante avaliar se atingimos um ponto de inflexão nos mercados, à medida que o foco muda dos juros para o crescimento económico. Para isso, os investidores deparam-se com três questões-chave. Em primeiro lugar, para que tipo de recessão está o mercado a preparar-se em termos de timing e profundidade? Em segundo, qual será a trajetória da inflação nos próximos meses e corremos o risco de estagflação? E, terceiro, como vão os lucros das empresas manter-se nestas condições?”, começa por questionar Virginie Maisonneuve, diretora de Investimento Global em Ações da Allianz Global Investors (AllianzGI), no comentário “Are we there yet? From rates to growth…”.

É a resposta a estas questões centrais que permitirá uma abordagem vencedora dos mercados, na ótica dos investidores.

Para aquela responsável, “os investidores parecem ter em grande parte feito as pazes com o sector bancário”, até porque as insolvências registadas em alguns mercados não foram suficientes para despoletar o risco sistémico que lhes estava associado.

O histórico do que sucedeu permitiu “evitar novos temores em relação aos bancos dos EUA, enquanto o Credit Suisse tem sido praticamente alavancado pelo governo suíço por via UBS”.

“Embora a confiança tenha sido prejudicada, os bancos europeus têm cobertura de liquidez com os índices a atingirem os 160%”. Mas nem tudo parecem ser facilidades. “A persistência da incerteza nessas frentes [na inflação e no aumento das taxas de juro] continua a criar mercados de ações voláteis. A recessão parece estar a aproximar-se, mas os indicadores avançados podem estar a fornecer previsões defasadas da realidade devido à política monetária extrema”.

Para Virginie Maisonneuve, “à medida que os investidores mudam o seu foco da inflação e das taxas para as pressões face a uma possível recessão, a chave para suas carteiras será manter empresas fortes em todo o espectro, com ênfase em qualidade, dividendos e sustentabilidade, ancorada em torno de avaliações sólidas“.

Mesmo assim, Virginie Maisonneuve chama a atenção para alguns perigos de volatilidade, nomeadamente nos mercados mobiliários norte-americanos – que continuam a ‘dar o mote’ para o resto do globo. “O que resta de 2023 é um período crítico, pois a volatilidade em torno do teto da dívida dos Estados Unidos e as eleições que se aproximam também surgirão” como um elemento potencialmente disruptivo.

O estudo da diretora de Investimento Global em Ações da Allianz Global acaba recordando que não existe apenas a América: “a China é historicamente uma economia anti cíclica, o que quer dizer que continua a apresentar oportunidades seletivas”.

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