Se Lisboa fosse impactada por um sismo de magnitude semelhante àquele que assolou Marrocos na semana passada, metade dos prédios não iriam resistir. A conclusão é de José Paulo Costa, especialista em reabilitação estrutural, em entrevista ao “Diário de Notícias” esta sexta-feira.
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“Marrocos, Algarve, Alentejo, metade das casas que existem em Lisboa têm aquelas características. Muitos prédios em Lisboa, metade deles, de acordo com o último Censo, são em alvenaria de pedra e são suscetíveis, como os prédios em Marrocos, a ter este tipo de desfecho”, destalhou este especialista.
Numa nota que pode gerar alguma preocupação, José Paulo Costa também adiantada que a grande maioria dos hospitais da capital, pela forma como estão construídos, também não iriam aguentar um sismo daquela magnitude. “À exceção do Hospital da Luz que está preparado para o sismo com a melhor tecnologia que existe, o Hospital de São José colapsa, o Hospital Curry Cabral cai e o Hospital de Santa Maria fica inoperacional”.
O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos – o Serviço Geológico dos Estados Unidos registou uma magnitude de 6,8.
Este sismo é o mais mortífero em Marrocos desde aquele que destruiu Agadir, na costa oeste do país, em 29 de fevereiro de 1960, causando entre 12.000 e 15.000 mortos, um terço da população da cidade.