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Migrantes permanentes na OCDE diminuem mas mantêm-se níveis históricos, indica relatório

O relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Perspetivas da Migração Internacional 2025” mostra que a migração permanente para um dos 38 Estados-membros diminuiu 4% em 2024, relativamente a ano anterior, após três anos de fortes aumentos no período pós-pandemia da covid-19.
3 Novembro 2025, 09h49

O número de migrantes que foram viver permanentemente para países da OCDE diminuiu em 2024, mas ainda é historicamente elevado, somando 6,2 milhões de pessoas, anunciou hoje a organização.

O relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Perspetivas da Migração Internacional 2025” mostra que a migração permanente para um dos 38 Estados-membros diminuiu 4% em 2024, relativamente a ano anterior, após três anos de fortes aumentos no período pós-pandemia da covid-19.

No entanto, o total de novos imigrantes ainda atinge 6,2 milhões de pessoas, estando 15% acima dos níveis de 2019, destaca.

Na maioria dos países da OCDE, principalmente da UE, a migração permanente diminuiu no ano passado.

Apesar de os analistas não avançarem uma razão para esta ligeira diminuição, referem que as deteções de travessias irregulares nas fronteiras da UE diminuíram fortemente em 2024 (-37%), assim como as entradas nos Estados Unidos (-48%).

Ao mesmo tempo, as deportações ou retornos voluntários de migrantes que estavam em países da UE, no Reino Unido e nos Estados Unidos têm vindo a aumentar desde 2021, adianta.

O relatório aponta também a existência de tendências diferentes consoante a região do mundo, dando como exemplo Espanha, onde a migração permanente “mantém-se em níveis historicamente elevados, apesar do declínio”, e, em contraste, Nova Zelândia, onde a queda foi superior a 50%.

De acordo com o relatório da OCDE, a migração permanente para os Estados Unidos cresceu no ano passado 20% face aos números de 2023, o que se deveu sobretudo à migração humanitária.

Em 2024, os países da organização registaram uma média de nove novos migrantes permanentes por cada 1.000 habitantes, um aumento em relação aos oito por cada 1.000 em 2019, com Luxemburgo e Islândia a destacarem-se por serem os países onde os fluxos de migração permanente representam uma fatia muito maior das suas populações – 39 e 34 novos migrantes por cada 1.000 habitantes, respetivamente, indica.

Em cerca de metade dos países da OCDE, a taxa variou entre cinco e 10 por cada 1.000.

Na extremidade oposta da escala estiveram México e Japão, dois países altamente populosos, mas com níveis de imigração relativamente baixos.

No ano passado, registaram apenas 0,6 e 1,4 novos migrantes permanentes por cada 1.000 habitantes, respetivamente.

Também em alguns dos maiores países da OCDE (Reino Unido e Estados Unidos), os fluxos migratórios ‘per capita’ mantiveram-se modestos, apesar do recente aumento dos fluxos em termos absolutos.

Quase metade (44%) dos novos migrantes permanentes para os países da OCDE fizeram-no por motivos familiares, quer para se reunirem com familiares já residentes no país de acolhimento (34%), quer como acompanhantes de migrantes laborais (10%).

A migração relacionada com o trabalho representou 17%, enquanto a migração humanitária correspondeu a 13%.

Normalmente, metade de toda a migração permanente para a OCDE concentra-se em cinco principais países de destino (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Espanha), sendo que, em 2024, só os Estados Unidos representaram um quarto do total, com 1,4 milhões de novos imigrantes permanentes.

Alemanha, Canadá, Reino Unido e Espanha contribuíram, cada um, com entre 7% e 11%.

Criada em 1961 para gerir a ajuda do Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial, a OCDE visa atualmente promover a democracia e a economia de mercado e tem como membros, além de Portugal, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.


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