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Miguel Almeida está confiante no futuro da NOS “apesar da injustificada e desadequada hostilidade” da Anacom

O comentário de Miguel Almeida à “hostilidade” do regulador surge dias depois de o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, ter criticado os ‘players’ do setor das telecomunicações.
  • Presidente executivo da NOS, Miguel Almeida
21 Fevereiro 2020, 08h05

O setor das telecomunicações atravessa um momento de evolução com a chegada da quinta geração da rede móvel (5G) a Portugal, um processo que tem colocado operadores e regulador em pólos opostos. Quase duas semanas depois de a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) ter divulgado o regulamento para o leilão do 5G os operadores começam a reagir: o presidente executivo da NOS garantiu, esta sexta-feira, ter confiança no futuro da empresa, “apesar da injustificada e desadequada hostilidade regulatória”.

“Em 2020, iremos acelerar o ritmo de transformação interna dando mais passos importantes na construção da nova NOS. Este será também um ano crítico na frente externa, com vários processos que formatarão uma parte importante do nosso futuro. Apesar da injustificada e desadequada hostilidade regulatória, as nossas pessoas, a nossa base de ativos e o percurso que até aqui percorremos, traduzido nos resultados alcançados, permitem-nos encarar o futuro com absoluta confiança”, lê-se na mensagem de Miguel Almeida que acompanha os resultados de 2019.

Na mensagem, o gestor refere-se a “um mundo em mudança acelerada” e afirma que a visão da sua equipa é colocar a telecom “na linha da frente da tecnologia, com as melhores redes de comunicações, totalmente digital, integrando de forma transparente tecnologias como o 5G, a inteligência artificial, a cloud ou a Internet das Coisas”.

O comentário de Miguel Almeida à “hostilidade” do regulador surge dias depois de o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, ter criticado os players do setor das telecomunicações. “O lobby das telecomunicações é muito poderoso em Portugal, e é muito poderoso em todos os países da Europa”, disse João Cadete de Matos na entrevista, apontando que as empresas do setor têm “pouca capacidade de entender que a concorrência está inscrita na lei portuguesa”.

A NOS (a par da Vodafone e Altice) ainda avalia o regulamento do leilão de atribuição de direitos de utilização de frequências, divulgado em 9 de fevereiro, sendo esta a primeira consideração depois de conhecida a proposta da Anacom. Mas esta não é a primeira vez que a NOS critica a Anacom.

Em matéria de 5G a empresa liderada por Miguel Almeida tem um diferendo judicial com o regulador das comunicações eltrónicas, devido ao caso da Dense Air. A NOS também acompanhou a Vodafone e a Altice nas criticas à Anacom por causa da forma como o organismo liderado por Cadete de Matos lidera a implementação do 5G no país, em novembro, no 29.º congresso da APDC.

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