Na apresentação de contas anuais, o CEO do BCP foi questionado sobre o facto de ter uma equipa a estudar o Novobanco. Na resposta manteve a declaração anterior de que estão no caminho do crescimento orgânico. “Não precisamos de nenhuma aquisição do Novobanco”, disse o banqueiro.
Dito isto, admitiu que “é nossa obrigação analisar todas as operações que vêm para o mercado. Analisamos por isso todas as operações que vão para o mercado que podem criar valor para os nossos acionistas”.
Sobre o facto de o Novobanco avançar para a bolsa, tal como anunciou o CEO do banco, Mark Bourke, Miguel Maya disse que “é melhor estar acompanhado do que sozinho na bolsa”, pois o BCP é o único banco no PSI.
Já sobre o valor dos cinco mil milhões de euros atribuído ao Novobanco, o CEO do BCP ironizou dizendo que fica contente porque, sendo assim, “se vale esse valor fico ainda mais entusiasmado sobre o que pode valer o BCP”.
Sobre os alertas de risco sistémico deixados pelo Governador do Banco de Portugal, quando disse que uma compra do Novobanco pela Caixa Geral de Depósitos pode trazer consequências sistémicas para o sistema financeiro, Miguel Maya disse que confia nos conhecimentos do Governador para dizer isso.
Já Nuno Amado (Chairman) sublinhou a importância de “haver bancos portugueses” em Portugal.
A administração liderada por Nuno Amado e Miguel Maya (CEO) acaba o mandato no fim deste ano. Questionado sobre a continuidade, nomeadamente porque o banco tem um plano estratégico para um horizonte de 2025 a 2028, Nuno Amado disse que “vai haver continuidade”.
O BCP voltou no último ano a ser estrela na bolsa, depois de anos de cotação deprimida. Em janeiro a variação homóloga das ações do BCP foi de 87,1%. Nesse mês de janeiro ultrapassaram a fasquia dos 50 cêntimos por ação, atingindo um patamar onde não chegavam desde maio de 2016.
O BCP revelou ainda que recebeu 3.250 pedidos de crédito à habitação feitos ao abrigo do regime da garantia pública de apoio aos jovens com menos de 35 anos na compra da primeira casa. Lisboa e Porto são, sem surpresa, as zonas com mais pedidos. O valor dos pedidos é de 600 milhões de euros. Daquele total, 1.604 propostas foram já materializadas, sendo que estão já contratadas ou em fase final de contratação um total de 461 propostas no valor somado de 88 milhões de euros e que correspondem a 7% da quota que foi atribuída pelo Estado ao BCP.
A garantia pública para o crédito à habitação a jovens até 35 anos (inclusive) aplica-se a contratos assinados até final de 2026 e permite ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação.
(atualizada)
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