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Ministério da Economia do Brasil nomeia novos secretários

Diogo Mac Cord passa a ser seecretário Especial de Desestatização e Caio Andrade vai para a Secretaria Especial de Desburocratização, na sequência da demissão dos antecessores.
14 Agosto 2020, 08h10

O Ministério da Economia brasileiro anunciou esta sexta-feira ter nomeado Diogo Mac Cord para secretário Especial de Desestatização, e Caio Andrade para a Secretaria Especial de Desburocratização, na sequência da demissão dos antecessores.

Até terça-feira, as Secretarias Especiais de Desestatização, Desinvestimento e Mercados e da Desburocratização Gestão e Governo Digital eram ocupadas por Salim Mattar e Paulo Uebel, respetivamente.

Os dois responsáveis apresentaram demissão por não verem os projetos que lideravam em andamento, afirmou o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes.

Os novos nomeados terão pela frente o desafio de avançar com medidas que enfrentam resistência do Congresso brasileiro, como a ambiciosa agenda de privatizações do executivo e a reforma administrativa.

No campo das privatizações, Mac Cord terá de encaminhar ao Congresso projetos como a privatização da Eletrobras e dos Correios. O novo secretário é engenheiro mecânico e mestre em Administração Pública pela Universidade norte-americana de Harvard, onde se especializou em investimentos de infraestrutura.

Já Caio Andrade, a atual diretor presidente da empresa pública de tecnologia da informação Serpro, terá como missão ajudar nas negociações da reforma administrativa, que engloba regras da função pública. Andrade tem uma pós-graduação em Administração e Gestão pela Universidade de Harvard e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University, nos Estados Unidos.

As demissões de Mattar e Uebel, classificadas por Paulo Guedes como “uma debandada”, suscitaram dúvidas sobre o futuro das privatizações no país e levaram o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a garantir que o Governo vai respeitar o teto de gastos, previsto na Constituição para limitar o aumento anual dos orçamentos públicos à inflação do ano anterior.

“Respeitamos o teto de gastos, queremos responsabilidade fiscal e o Brasil tem como realmente ser um dos países que melhor reagirá à questão da crise”, declarou à imprensa o Presidente, no final de uma reunião com vários ministros e políticos.

Contudo, um dia após ter afirmado que ia respeitar o teto de gastos, Bolsonaro admitiu, na quinta-feira, que o executivo discutiu internamente essa possibilidade e questionou: “qual o problema?”.

As declarações do chefe de Estado foram proferidas na habitual transmissão em direto na rede social Facebook.

Bolsonaro pediu ainda compreensão e “patriotismo” ao mercado em relação à possibilidade de superar o teto de gastos.

“Foi uma discussão de agenda, que resolvemos não levar adiante. Mas alguém vazou e toda a gente apanhou. Eu apanhei nessa questão. O mercado reage, o dólar sobe, a bolsa cai. Mas o mercado tem de dar um tempinho também, não é? Dar um tempinho também, um pouquinho de patriotismo não lhe faz mal”, declarou.

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