O Ministério da Economia brasileiro anunciou esta sexta-feira ter nomeado Diogo Mac Cord para secretário Especial de Desestatização, e Caio Andrade para a Secretaria Especial de Desburocratização, na sequência da demissão dos antecessores.
Até terça-feira, as Secretarias Especiais de Desestatização, Desinvestimento e Mercados e da Desburocratização Gestão e Governo Digital eram ocupadas por Salim Mattar e Paulo Uebel, respetivamente.
Os dois responsáveis apresentaram demissão por não verem os projetos que lideravam em andamento, afirmou o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes.
Os novos nomeados terão pela frente o desafio de avançar com medidas que enfrentam resistência do Congresso brasileiro, como a ambiciosa agenda de privatizações do executivo e a reforma administrativa.
No campo das privatizações, Mac Cord terá de encaminhar ao Congresso projetos como a privatização da Eletrobras e dos Correios. O novo secretário é engenheiro mecânico e mestre em Administração Pública pela Universidade norte-americana de Harvard, onde se especializou em investimentos de infraestrutura.
Já Caio Andrade, a atual diretor presidente da empresa pública de tecnologia da informação Serpro, terá como missão ajudar nas negociações da reforma administrativa, que engloba regras da função pública. Andrade tem uma pós-graduação em Administração e Gestão pela Universidade de Harvard e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University, nos Estados Unidos.
As demissões de Mattar e Uebel, classificadas por Paulo Guedes como “uma debandada”, suscitaram dúvidas sobre o futuro das privatizações no país e levaram o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a garantir que o Governo vai respeitar o teto de gastos, previsto na Constituição para limitar o aumento anual dos orçamentos públicos à inflação do ano anterior.
“Respeitamos o teto de gastos, queremos responsabilidade fiscal e o Brasil tem como realmente ser um dos países que melhor reagirá à questão da crise”, declarou à imprensa o Presidente, no final de uma reunião com vários ministros e políticos.
Contudo, um dia após ter afirmado que ia respeitar o teto de gastos, Bolsonaro admitiu, na quinta-feira, que o executivo discutiu internamente essa possibilidade e questionou: “qual o problema?”.
As declarações do chefe de Estado foram proferidas na habitual transmissão em direto na rede social Facebook.
Bolsonaro pediu ainda compreensão e “patriotismo” ao mercado em relação à possibilidade de superar o teto de gastos.
“Foi uma discussão de agenda, que resolvemos não levar adiante. Mas alguém vazou e toda a gente apanhou. Eu apanhei nessa questão. O mercado reage, o dólar sobe, a bolsa cai. Mas o mercado tem de dar um tempinho também, não é? Dar um tempinho também, um pouquinho de patriotismo não lhe faz mal”, declarou.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com