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Ministério Público e PJ confirmam detenção de mais um arguido no caso Tancos

Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.
11 Janeiro 2019, 08h39

O Ministério Público e Polícia Judiciária (PJ) anunciaram esta sexta-feira a detenção de mais um arguido no âmbito do caso Tancos. Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e esta força policial explicam, num comunicado conjunto, que as diligências desencadeadas na passada quarta-feira levaram a esta detenção. “O detido foi presente ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para aplicação das medidas de coação, tendo sido decretada a prisão preventiva. O inquérito encontra-se em segredo de justiça”, explica a PGR e a PJ, na mesma nota, enviada esta manhã.

As autoridades estão a investigar o furto de material de guerra que ocorreu entre a noite de 27 junho de 2017 e a madrugada do dia seguinte, nos paióis de Tancos, em Santarém. Na lista do arsenal roubado encontravam-se quase 1.500 munições de nove milímetros, mais de 100 granadas de mão de diversas valências, 44 granadas-foguete antitanque de 66 mm e vários explosivos de elevada potência. O inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) – que desde ontem conta com Albano Morais Pinto como novo diretor – e o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da PJ.

A “Operação Húbris” começou no passado mês de setembro com buscas e detenções entre a hierarquia da Polícia Judiciária Militar (PJM) — incluindo o então diretor da PJM, coronel Luís Vieira. Na altura, foram ainda detidos elementos da Guarda Nacional Republicana, que teriam colaborado na encenação. Ainda em meados de dezembro, uma megaoperação da PJ no centro do país resultou na detenção de oito suspeitos do assalto a Tancos, mais tarde confirmada pelo Ministério Público. Os detidos (nenhum militar) eram suspeitos de crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico armas.

Na terça-feira, a comissão parlamentar de inquérito ao furto de material militar em Tancos começou os trabalhos com uma visita aos paióis Nacionais de Tancos e ao Campo Militar de Santa Margarida, para onde foi transferida parte do material após o roubo.  A comissão, que se reúne duas vezes por semana, deve ouvir, até maio, 63 pessoas e entidades, incluindo o primeiro-ministro, António Costa, que deverá responder, por escrito, às questões dos deputados. O objetivo é “identificar e avaliar os factos, os atos e as omissões” do Governo “relacionados direta ou indiretamente com o furto de armas em Tancos”.

Notícia atualizada às 09h03

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