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Ministro das Finanças antecipa “crescimento robusto” a partir do verão e manutenção de apoios “custe o que custar”

Entrevistado pela Antena 1 e pelo “Jornal de Negócios”, João Leão afirmou que taxa de desemprego de 6,8% em 2020 “mostra o sucesso das medidas do Governo”. E admitiu que as moratórias possam ser alargadas para lá de setembro, ainda que provavelmente de uma forma mais seletiva.
  • Ministro de Estado e das Finanças, João Leão
13 Fevereiro 2021, 21h00

O ministro das Finanças, João Leão, assegurou que Portugal vai ter um “crescimento bastante robusto” a partir do verão, após um primeiro trimestre de 2021 de queda em relação ao anterior e de um segundo trimestre de transição. Em entrevista à Antena 1 e ao “Jornal de Negócios”, o governante destacou a recuperação da indústria em relação à primeira fase da pandemia, admitindo ainda assim que a Covid-19 ainda travará a recuperação dos serviços e do turismo durante mais algum tempo.

Também por isso, João Leão não se comprometeu com a meta de um crescimento de 4,1% do produto interno bruto (PIB) neste ano, considerando que é “muito cedo” e “ainda temos de ver o impacto que a pandemia vai ter”.

Referindo-se aos números do desemprego melhores do que chegaram a ser antecipados pelo Governo, fixando-se numa taxa de 6,8% em 2020, o governante afirmou que isso “mostra o sucesso das medidas e o esforço das empresas que decidiram investir para estarem prontos quando a economia melhorasse”. A essas empresas deixou uma garantia: “Enquanto houver pandemia e a atividade económica estiver condicionada, os apoios irão manter-se custe o que custar.”

“O emprego resistiu muito bem e a massa salarial e as contribuições começaram a aumentar no final do ano. Mesmo o IRC caiu muito, mas menos do que o esperado, pois determinados sectores resistiram melhor”, disse João Leão, recusando críticas quanto à insuficiência dos apoios. “Gastámos aquilo que foi considerado adequado”, disse.

Moratórias podem ser alargadas

Quanto às moratórias dos empréstimos bancários, destacando que Portugal foi “um dos países mais flexíveis” nessa possibilidade, o ministro das Finanças admitiu que “estamos numa fase de avaliação para perceber até que ponto se pode alargar o prazo” para lá de setembro. “Há que ser seletivo se o segundo semestre for muito melhor”, admitiu, referindo também o “peso sobre as contas públicas” decorrente do programa de garantias públicas.

Apontando para um nível de dívida pública em torno dos 135% do PIB, tal como previsto no Orçamento do Estado para 2021, João Leão não deixou de dizer que “passámos de um ano com excedente orçamental para um défice muito elevado”, pelo que se torna necessário “fazer opções corretas com recursos limitados”.

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