O ministro das Infraestruturas disse hoje que um empréstimo de 350 milhões de euros não é suficiente para salvar a TAP e desafiou o acionista privado da empresa a vir a público revelar de quanto dinheiro é que a empresa precisa.
“350 milhões de euros não resolvem o problema da TAP. O privado que diga lá a verdade toda de quanto é que precisa até ao final do ano e não esteja a passar para os jornais só aquilo que lhe interessa, para parecer que são 350 milhões de euros, que não são pouca coisa”, disse hoje Pedro Nuno Santos.
A TAP é detida em 55% pelo acionista Estado e em 45% pelo acionista privado Atlantic Gateway, um consórcio detido em partes iguais pelo empresário português Humberto Pedrosa e pelo empresário norte-americano David Neeleman.
O ministro apontou que a empresa tem uma dívida de 800 milhões de euros, “atividade toda parada, sem perspetiva de recuperação” e deixou críticas à gestão da TAP. “Eu faço uma apreciação já negativa que a nossa empresa TAP vinha apresentando antes do Covid. Eu sei que muita gente não o faz, sei que muitos administradores da TAP não fazem esta avaliação, mas eu cá faço. A empresa TAP antes do Covid já não estava bem. Admito que haja quem não gosta desta opinião, até no meu partido [PS], mas a empresa não estava a ser bem gerida antes do Covid, está dito”.
A TAP é liderada por Antonoaldo Neves, presidente da comissão executiva da companhia aérea.
“Eu não represento nenhum acionista privado, eu no meu trabalho defendo o povo português, o dinheiro do povo português, as empresas do povo português, é o que me interessa”, declarou em audição na comissão parlamentar de economia.
Sobre a possibilidade de o Estado conceder garantias para a TAP poder financiar-se, o ministro apontou que esta hipótese significa que o Estado tem de ser “chegar à frente e comprometer-se. E se a empresa não puder pagar o empréstimo? É o povo português que paga”.
Defendeu assim a possibilidade de o Estado ter mais poder de gestão dentro da TAP se injetar dinheiro na empresa. “Se é o povo português que paga, é bom que seja o povo português a mandar”.
“Se o privado está disponível para meter [dinheiro], não há cá conversa: vamos em conjunto, cada um mete a sua parte, e mantem se tudo como está. Se o privado não acompanha, o que é que acontece? O Estado fica com o controlo da empresa”, afirmou.
“A partir deste momento, a conversa com a comissão executiva tem de ser feita fora do quadro do acordo parassocial. E a conversa da comissão executiva com o acionista Estado é com o Estado português, enquanto soberano. É nesse quadro que vamos conversar com a comissão executiva”, disse.
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