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Miranda Sarmento confiante no crescimento acima dos 2% em 2025 e superavit em 2026

“[A estimativa de 2,4%] Não está descartada, mas é mais exigente. Em todo o caso, os números que temos apontam para crescimento acima de 2% com toda a incerteza que existe, recessão nos EUA, tarifas muito elevadas, ou seja, vários fatores de incerteza”, sublinhou Miranda Sarmento, na “Grande Entrevista”, na RTP3, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.
22 Maio 2025, 07h48

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sublinhou na quarta-feira que o Governo continua confiante no crescimento da economia acima dos 2% em 2025, e que em 2026 mantenha um superavit, apesar das previsões contrárias da Comissão Europeia.

“[A estimativa de 2,4%] Não está descartada, mas é mais exigente. Em todo o caso, os números que temos apontam para crescimento acima de 2% com toda a incerteza que existe, recessão nos EUA, tarifas muito elevadas, ou seja, vários fatores de incerteza”, sublinhou Miranda Sarmento, na “Grande Entrevista”, na RTP3, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.

O governante, que não se comprometeu com um número em concreto, referiu que a Comissão Europeia reviu em baixa crescimento de todos os países, por não saber o efeito da incerteza internacional e efeito das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.

A Comissão Europeia estimou que Portugal irá conseguir um excedente orçamental de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, que se transformará num défice de 0,6% em 2026, segundo as previsões económicas de primavera divulgadas na segunda-feira.

Estas projeções representam uma revisão em baixa face às previsões de novembro, quando Bruxelas perspetivava um excedente de 0,4% este ano, e são também mais pessimistas do que as estimativas inscritas no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Ao mesmo tempo, o executivo comunitário reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, mas está agora confiante de que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer 2,2% em 2026.

Para Miranda Sarmento, entre a “recuperação do consumo, números positivos do turismo, o acelerar do investimento privado com grandes projetos aprovados nos últimos tempos e o acelerar do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] há condições para economia crescer acima de 2%” em 2025.

Sobre o excedente orçamental, o ministro das Finanças destacou que o Governo continua a prever um superavit para 2025 e 2026, destacando que para 2026 “é mais exigente”.

“Temos para 2026, por um lado, incerteza ponto de vista internacional e um exercício orçamental mais exigente, sempre disse isso, devido ao efeito pontual de 3 mil milhões de euros de empréstimos do PRR”, apontou, lembrando que é despesa sem receitas.

Questionado sobre o aumento da despesa de Portugal em Defesa, Miranda Sarmento frisou que irá decorrer uma cimeira da NATO, em junho, onde serão tomadas decisões, apontando para o atual compromisso de Portugal, de atingir 2% do PIB em 2029.

Na semana passada, o secretário-geral da NATO estimou que todos os Estados-membros podem estar a gastar 2% do seu PIB em defesa antes da próxima cimeira de líderes, acrescentando que “aguardava ansiosamente” o desfecho das eleições legislativas em Portugal.

“É possível que tenha que ser antecipado, há naturalmente uma pressão e procuraremos acomodar isso nas margens orçamentais”, admitiu o ministro das Finanças português, durante a entrevista.

“É importante que se perceba por um lado a despesa com defesa pode ter um efeito na economia para ajudar a reindustrialização de Portugal e Europa. Portugal pode ter papel em algumas áreas, industria naval ou aérea. Se apostarmos podemos ter efeitos na nossa economia”, acrescentou.

Colocando de parte os 5% do PIB em defesa, por considerar “incomportável para qualquer país europeu à exceção da Polónia”, que já está perto desse valor, Miranda Sarmento frisou que a situação internacional “coloca maior exigência”, mas defendeu que qualquer meta “não pode colocar em causa o estado social”.

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