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‘Misteriosa coincidência’: co-acusado de fraude com Mike Lynch morre atropelado dois dias antes de naufrágio do Bayesian

A coincidência de os dois responsáveis da Autonomy terem morrido num intervalo de tempo tão curto (dois dias) – depois de em junho terem sido ilibados de todas as 15 acusações de fraude, envolvendo a sua empresa no processo de venda, em 2011, à Hewlett-Packard – está a gerar várias especulações. 
22 Agosto 2024, 19h14

A coincidência de os dois responsáveis da Autonomy terem morrido num intervalo de tempo tão curto (dois dias) – depois de em junho terem sido ilibados de todas as 15 acusações de fraude, envolvendo a sua empresa no processo de venda, em 2011, à Hewlett-Packard – está a gerar várias especulações.

No Brasil, a Globo, chama-lhe misteriosa coincidência. A sequência de acontecimentos não se presta a menos, e é pelo menos de uma ironia rara que ambos os responsáveis da empresa envolvida em suspeitas de fraude tenham morrido quase ao mesmo tempo.

Uma série de coincidências tão surpreendentes evocam tanto a literatura como as teorias da conspiração.

Stephen Chamberlain, que era vice-presidente e responsável pelas finanças da Autonomy, empresa vendida pelo milionário britânico e que foi alvo de investigação nos EUA, morreu atropelado em Inglaterra no sábado (dia 17), dois dias antes do naufrágio do veleiro Bayesian fundeado ao largo de Porticello (uma pequena cidade da costa de Palermo) que matou Mike Lynch. O naufrágio deu-se na madrugada de segunda-feira, 19 de agosto.

O seu amigo e homem de confiança Stephen Chamberlain, que era o vice-presidente do departamento financeiro da Autonomy, foi atropelado enquanto fazia jogging em Stretham, no condado de Cambridge. Admitido ainda com vida, morreu no hospital devido aos ferimentos.

Já o naufrágio do iate de Lynch próximo de Palermo, na ilha italiana da Sicília, deveu-se a uma tempestade mais forte do que o esperado.

O multimilionário da tecnologia britânico, Mike Lynch, foi esta quinta-feira confirmado morto, na sequência do naufrágio do iate Bayesian na Sicília, em Itália, ao ser resgatado o seu corpo do fundo do mar.

Segundo a imprensa britânica, Lynch celebrava uma recente absolvição num processo que durou 10 anos e que acusava sua empresa de softwares, a Autonomy, de fraude. No barco estavam como convidados ainda o presidente do banco Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, e a mulher Judy, o advogado Chris Morvillo e mulher, Nada.

O que atingiu o veleiro pode ter sido uma tromba de água, um remoinho que se desenvolve no mar ou um downburst, uma rajada de vento muito forte. Mas os barcos ao lado não foram afectados.

A irónica misteriosa coincidência é que em junho passado, o tribunal de São Francisco tinha-o absolvido, juntamente com o seu amigo e homem de confiança Stephen Chamberlain, que era o vice-presidente do departamento financeiro da Autonomy, num processo movido pela Hewlett-Packard (HP), que comprou, em 2011, a Automony por 11,1 mil milhões de dólares (para um ano depois reduzir o seu valor para 8,8 mil milhões),  e que em 2014 acusou os gestores da Autonomy de fraude contabilística.

Mike Lynch foi o cofundador da empresa de software Autonomy, criada em 1996 e que foi vendida à Hewlett-Packard (HP) em 2011. A fabricante de computadores pessoais e impressoras adquiriu a Autonomy com o objetivo de expandir sua presença no setor de software.

Em junho deste ano, Lynch e Chamberlain foram inocentados de todas as 15 acusações de fraude envolvendo sua empresa. De acordo com o jornal The Guardian, o julgamento começou em março, em San Francisco, nos Estados Unidos.

Conhecido como “Bill Gates do Reino Unido”, por ser o primeiro magnata da tecnologia no país, o bilionário Mike Lynch estava a bordo do iate, um veleiro de luxo batizado de Bayesian por homenagem ao matemático Thomas Bayes.

Uma tempestade  virou em poucos minutos a embarcação de grande porte, com 56 metros de comprimento, 543 toneladas e um mastro de 72 metros — o mastro de alumínio que é o segundo mais alto de todo o mundo. Um barco que conseguia atingir uma velocidade máxima de 15 nós.

Havia 22 pessoas a bordo, 10 membros da tripulação e 12 passageiros, 15 foram resgatadas com vida – nove dos quais fazem parte da tripulação. Entre os que morreram com Lynch está o presidente do banco Morgan Stanley International e o advogado Chris Morvillo.

 

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