Portugal vai a votos no último fim de semana de janeiro e o que aí vem são tudo menos favas contadas, para alguns que protagonizaram a crise política.
Quem ficará à frente dos destinos de Portugal nos próximos quatro anos, sucedendo a António Costa, esse mesmo que começou a governar sem mandato do povo, sem uma vitória nas urnas, que passados quase sete anos continua sem obra feita ou investimentos relevantes, mas com uma agenda mediática desenhada para satisfazer apenas os critérios eleitorais.
Será de António Costa ou de Rui Rio a vitória eleitoral da noite de 30 de janeiro? Serão “novos horizontes” que se abrirão a Portugal ou haverá uma reedição de uma “velha” geringonça de má memória para Portugal? Uma coisa parece quase certa: dificilmente haverá um único vencedor absoluto a conseguir a maioria dos deputados na Assembleia da República.
A dúvida que se vai desfazendo é se será o bloco dos partidos à direita, liderado pelo PSD, ou o bloco dos partidos à esquerda, para, respetivamente, construir uma verdadeira alternativa para o país, ou manter uma política desgarrada num modelo falhado que se esgotou.
Há dois anos, poucos diriam que o PS iria tão fragilizado a votos, e António Costa, que tantos consideram um grande estratega, geriu da pior forma um teatro político do chumbo orçamental, avolumando crises atrás de crises, até à crise política final.
Porque este é o país com uma das maiores cargas fiscais do mundo, o que apresenta um dos maiores endividamentos públicos da Europa, o que tem visto a sua proteção social e de saúde a deteriorar-se, e onde os serviços públicos registam uma degradação crescente e assustadora.
O nosso povo sonha com um futuro melhor, mas sem criação de riqueza coletiva e uma nova visão estratégica para Portugal, dificilmente isso acontecerá. O Estado tem de criar soluções para os novos desafios neste pós-pandemia, iniciar a retoma económica e estimular a recuperação de postos de trabalho, bem como vencer os desafios demográficos decorrentes da baixa natalidade e do envelhecimento ativo, para evitar o agravamento das desigualdades sociais e da globalização desregulada, da pobreza e da exclusão social.
Tudo se mantém, portanto, em aberto, neste importante ato eleitoral do próximo domingo, em que os Portugueses querem “novos horizontes”, e as decisões estão nas suas mãos para terem alguém que trabalhe com honestidade, responsabilidade, orgulho e sentido de estado.
Nunca como agora Portugal esteve tão dependente de umas eleições e de um novo governo. E este, no terrível contexto em que lutamos pela sobrevivência coletiva contra um inimigo comum, tem de estar ao lado dos cidadãos e das empresas, incutindo um novo rumo de liderança nacional, com real sentido de responsabilidade social. Como um farol, para evitar que os portugueses fiquem à deriva.