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Montenegro foi imprudente em relação à empresa? “Creio que não”

Primeiro-ministro dá entrevista nas vésperas da votação da moção de confiança que vai levar à queda do Governo um ano depois das últimas eleições legislativas.
10 Março 2025, 20h53
Em atualização

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considera não ter sido imprudente em relação à Spinumviva, empresa que está na origem da polémica que desencadeou a crise política que vai acabar por ditar a queda do Governo. Em entrevista à TVI, na véspera da votação da moção de confiança, e questionado se não foi imprudente em relação à sociedade, Montenegro respondeu: “Creio que não”.

Sobre a empresa, que passou só agora a ser totalmente gerida e detida pelos filhos, o primeiro-ministro reafirmou que não foi avençado e garantiu não prestar “serviços políticos confundidos” com as suas relações profissionais antigas”. Luís Montenegro insistiu que “não fez e não faz fretes” e que não tirou “benefício” da empresa familiar, e rejeitou que tivesse trabalhado na Spinumviva durante o exercício das funções de primeiro-ministro. “Acha que tenho tempo, disponibilidade e cabeça”?, atirou, avisando a oposição que “vai ter uma surpresa grande” na comissão parlamentar de inquérito proposta pelo PS.

O primeiro-ministro disse ainda ter “a convicção plena” de que não cometeu “nenhum crime” e garantiu que, mesmo que acabe por ser arguido na sequência do caso que o envolve, “avança com certeza” como candidato a primeiro-ministro.

Questionado sobre porque razão não se demite para não arrastar todo o Governo para esta crise política, Luís Montenegro declarou: “Não me demito porque não tenho razão para me demitir”. E assegurou que, no momento em que vir que há razão para cessar funções não será necessário que alguém lhe “indique o caminho”. Reconhece, porém, que a situação “gera dúvidas”, que “é bastante desagradável” e que está disponível para as esclarecer.

Montenegro garantiu também, nesta entrevista, que a empresa familiar “não tem qualquer interferência” no exercício das suas funções e lamentou que a oposição não esteja disponível para “acatar” quaisquer esclarecimentos que preste. Quanto à moção de confiança, “não faz sentido” retirá-la.

 

 

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