O Banco Montepio terminou os primeiros nove meses de 2018 com lucros de 22,4 milhões de euros, um resultado que representa um crescimento de 10,2% em relação ao período homólogo de 2017, de acordo com informação divulgada à CMVM.
Com todas as rubricas do produto bancário em queda e tendo a redução das imparidades para crédito sido integralmente absorvida pela quebra de 60,8 milhões em resultados de operações financeiras que, em 2017, os lucros resultam da queda dos impostos pagos (que passam de 18 milhões em setembro do ano passado para 7 milhões em setembro deste ano) e do aumento dos resultados das operações em descontinuação (que passa de 7,9 milhões para 18,7 milhões num ano – setembro de 2017 versus setembro de 2018).
O banco registou uma subida do resultado líquido, apesar da queda da margem financeira de 6,3% para 189,3 milhões. Uma queda não compensada pela subida das comissões líquidas que nos primeiros nove meses fixaram-se em 86,9 milhões por comparação com 83,9 milhões de euros no período homólogo, evidenciando uma variação muito positiva de 3,6% em resultado da revisão do preçário face à proposta de valor e serviço oferecida pela Caixa Económica.
De acordo com informação desta instituição bancária, a margem financeira do Banco Montepio ascendeu a 189,3 milhões de euros até setembro, “um resultado que representou uma correção de 6,3% em relação ao valor apurado em idêntico período de 2017, o que reflete a diminuição dos juros associados às carteiras de títulos e de crédito”.
Nas dotações para imparidades e provisões houve um decréscimo de 60,1 milhões face ao valor contabilizado no período homólogo de 2017, principalmente devido à redução das imparidades para crédito. Mas esta redução foi integralmente absorvida pela quebra de 60,8 milhões em resultados de operações financeiras que, em 2017, atingiram 66,7 milhões com a alienação de parte significativa da carteira de dívida pública, e portanto não se deve às queda das imparidades os lucros de setembro.
A contribuir para a subida do lucro esteve a redução dos custos operacionais em 6,8 milhões, suportada essencialmente na diminuição dos gastos gerais administrativos em 6,0 milhões (-9,8%).
O rácio cost-to-income (custos sobre proveitos) nos primeiros nove meses de 2018, excluindo os resultados de operações financeiras e os outros resultados de exploração, atingiu 69,8%, situando-se em linha com o rácio apurado no período homólogo de 2017.
Ao nível do Balanço, o crédito a clientes caiu de 13.029,3 milhões para 12.390,9 milhões de euros. Já os depósitos de clientes registaram um aumento de 514 milhões (+4,3%) face ao valor relevado no período homólogo de 2017, atingindo os 12.393 milhões em 30 de setembro de 2018.
Quanto à qualidade dos ativos, o Custo do Risco (dotações para imparidades para crédito, anualizadas, em percentagem do saldo médio de crédito bruto) fixou-se em 0,63% nos primeiros nove meses de 2018, o que traduz uma variação favorável face ao rácio registado em 2017 (1,09%).
“Seguindo a tendência iniciada em 2015, verificou-se uma diminuição das exposições não produtivas, com o rácio de NPE (Non Performing Exposures – exposições não produtivas, de acordo com a definição da European Banking Authority a dividir pelo Crédito Bruto) a fixar-se em 16,2% em 30 de setembro de 2018, o que traduz uma redução de 4,5 p.p. desde 2015.
O crédito bruto caiu 522 milhões desde o fim do ano passado e os NPE desceram 122 milhões desde dezembro.
A refletir o impacto das medidas geradoras de liquidez, o financiamento obtido junto do Banco Central Europeu reduziu-se face ao mesmo período do ano anterior em 685 milhões, para 1.545 milhões em 30 de setembro de 2018, diz o banco liderado por Carlos Tavares.
O Rácio Common Equity Tier 1 (CRD IV / CRR, phasing-in) fixou-se em 13.4% (+0,4 p.p.) e os ativos ponderados pelo risco caíram 6.3% para 11.234 milhões.
(atualizada)
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