A Moody’s anunciou hoje que reduziu a perspetiva (outlook) da banca portuguesa de “positivo” para “estável”. A razão para esta descida devido ao abrandamento económico de Portugal, em linha do registado na zona euro.
“A perspetiva para o sistema bancário de Portugal mudou de “positivo” para “estável” à medida que o crescimento económico do país prepara-se para abrandar em linha com a zona euro”, segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira.
“Esperamos que o capital dos bancos portugueses, a sua rentabilidade e as suas condições de financiamento mantenham-se estáveis nos próximo 12-18 meses, e que venham a reduzir mais o seu stock de ativos não produtivos”, segundo Maria Vinuela, analista da Moody’s.
“A rentabilidade deverá permanecer próxima aos atuais baixos níveis, com menores despesas de provisionamento e iniciativas de redução de custos que compensam amplamente o volume de negócios moderado e as taxas de juro muito baixas”, destaca a responsável.
A agência de notação financeira destaca que os ativos não produtivos da banca vão “continuar a cair organicamente e com a ajuda das vendas de portefólio, mas vão continuar elevadas pelos padrões europeus”.
O rácio de crédito mal parado nos bancos portugueses era de 8,9% em junho face aos 3% registados em média na União Europeia. “As suas necessidades de financiamento vão permanecer baixas graças ao desalavancamento e uma base de depósitos estável”.
Em relação ao desempenho da economia portuguesa, a Moody’s espera que o crescimento atinja 0s 1,7% este ano, abaixo dos 1,9% registados no primeiro semestre, para vir a descer para 1,5% no próximo ano.
“Apesar de as condições de crédito no país terem melhorado, o endividamento das famílias permanece acima da média da zona euro”, destaca a agência norte-americana.
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