A Moody’s melhorou esta terça-feira o outlook da EDP Energias de Portugal para ‘positivo’ de ‘estável’, com base na recente desalavancagem financeira conseguida pela empresa e a expectativa do reforço das métricas de crédito à medida que executa a estratégia atualizada.
“O rácio de fundos das operações (FFO) da EDP sobre a dívida líquida subiu para cerca de 17% em 2020, face a cerca de 15% no ano anterior, refletindo a resiliência da empresa no contexto da pandemia, a emissão de direitos de mil milhões de euros em agosto de 2020 para parcialmente financiar a aquisição da Viesgo, bem como a venda de um portfólio de centrais hídricas em Portugal por 2,2 mil milhões de euros no final do ano de 2020”, afirmou a agência de notação.
No âmbito da sua nova estratégia anunciada em fevereiro de 2021, a EDP pretende melhorar ainda mais o seu perfil financeiro, investindo no ao mesmo tempo, 24 mil milhões de euros ao longo de 2021-25, dos quais 80% serão dedicados às energias renováveis , recordou.
“A mudança na perspectiva para positiva leva em consideração a antecipação de várias medidas amigáveis ao credor para financiar este programa de investimentos, incluindo uma emissão híbrida de 750 milhões de euros em janeiro de 2021, o aumento de capital de 1,5 mil milhões de euros pela sua subsidiária de energias renováveis EDP Renovaveis S.A., concluído em abril de 2021 e o anúncio recente de um negócio de rotação de ativos de 405 megawatts por um valor empresarial (100%) de 700 milhões”, sublinhou.
A Moody’s também notou positivamente que a gestão da EDP se comprometeu a tomar medidas para reforçar o seu balanço, se necessário, para manter uma alavancagem sustentável.
“A alteração do outlook tem em conta o progresso realizado pela EDP em melhorar o seu perfil de risco do negócio, como resultado dos investimentos contínuos em energias renováveis e em redes e uma redução da sua exposição às atividades comerciais, incluindo através da alienação de centrais térmicas e atividades de abastecimento na Espanha, bem como a aquisição da Viesgo em 2020; e a redução da exposição a Portugal após a venda das plantas hidrelétricas, o que também ajudou a reduzir a exposição ao mercado”, explicou.
A Moody’s adiantou que a afirmação do rating reflete que o rating ‘Baa3’ da EDP continua a ser suportado pelo negócio diversificado e mix geográfico da empresa, incluindo uma forte presença na América do Norte (20% do EBITDA em 2020), ganhos estáveis provenientes da geração contratada e redes reguladas, que representam mais de 75% do EBITDA do grupo, a baixa intensidade de carbono da sua frota de geração de energia e a estratégia para sair da geração de energia a carvão até 2025, o que a posiciona bem no contexto da transição energética e, finalmente o histórico do grupo na rotação de ativos para aliviar as necessidades de financiamento.
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