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Morgan Stanley e PLMJ assessoram Saudi Telecom na corrida à Altice Portugal

A Saudi Telecom é a candidata mais empenhada em comprar a Altice Portugal, que detém a MEO, e na assessoria conta com o banco Morgan Stanley (assessoria financeira) e com a sociedade de advogados PLMJ, mais concretamente com o advogado Diogo Perestrelo, apurou o Jornal Económico. 
19 Março 2024, 07h30

A Saudi Telecom é a candidata mais empenhada em comprar a Altice Portugal, que detém a MEO, e na assessoria conta com o banco Morgan Stanley (assessoria financeira) e com a sociedade de advogados PLMJ, mais concretamente com o advogado Diogo Perestrelo, apurou o Jornal Económico. Contactados, não houve qualquer comentário.

O banco Morgan Stanley, que está no buy-side da operação, é também dono da Morgan Stanley Infrastructure Partners que em 2019 comprou à Altice Portugal 49,99% da rede de fibra ótica e que tem direito de preferência sobre o restante caso a Altice venda a fibra em separado.

Segundo o comunicado da altura, a Altice Portugal FTTH, empresa criada com a assinatura daquele acordo, vende serviços aos operadores de telecomunicações em Portugal “com as mesmas condições financeiras”. Por sua vez, a MEO vende serviços técnicos à Altice Portugal FTTH para a construção, conexão e manutenção da rede de fibra.

A venda de ativos do grupo Altice já tinha sido anunciada pelo fundador Patrick Drahi no final do ano passado, como medida essencial para reduzir a dívida de 55 mil milhões, 24 mil milhões relativos à operação em França, segundo números do terceiro trimestre do ano passado.

Foi em setembro que Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário da Altice, avançou com a venda de alguns negócios do seu império para reduzir a elevada dívida do grupo, que supera os 55 mil milhões de euros. Uma operação que o grupo baptizou internamente de “Project Recital”, tal como revelou o jornal “Eco” em dezembro.

Segundo a notícia, que reflete dados da marca, a Altice diz que a MEO tem uma quota de mercado de 45% no segmento móvel, 39% na internet e 40% nos serviços de televisão paga. A Altice destaca que a empresa tem mostrado um crescimento consistente da base de novos subscritores. Por outro lado, a Geodesia e a Altice Labs são apontados como alavancas adicionais de crescimento com forte potencial de vendas internacionais.

O banco francês Lazard e o BNP Paribas estão a assessorar a venda desde então.

Tal como o Jornal Económico avançou, o consórcio que junta os fundos Warburg Pincus e Zeno Partners e que tinha o apoio do banqueiro português António Horta-Osório está definitivamente fora da corrida à compra da Altice Portugal.

A Saudi Telecom apresentou a oferta mais elevada para comprar a Altice Portugal, segundo revelou a ‘Bloomberg’ e já aceleram os preparativos para comprar a operadora de telecomunicações portuguesa. O grupo árabe considera que a operadora que detém a MEO e ativos da antiga Portugal Telecom é especialmente tentadora pela possibilidade de “explorar ou promover” sinergias na Península Ibérica, nomeadamente com a Telefónica, onde os sauditas têm uma participação qualificada.

Uma vez que a Saudi Telecom ganha vantagem sobre os outros concorrentes já começam a haver movimentações de gestores portugueses a quererem aliar-se aos sauditas na compra da Altice Portugal, segundo fontes conhecedoras do processo. Até porque, segundo as nossas fontes, a Saudi Telecom pode precisar de “embaixadores” portugueses para ver a operação passar no crivo do novo Governo.

O Governo tem possibilidade de intervir ao abrigo do Decreto-Lei nº 138/14 de 15 de Setembro, que estebelece um regime de salvaguarda dos ativos estratégicos essenciais para a garantia da segurança pública.

Para além da Saudi Telecom, que conta já com uma participação de 9,9% na Telefónica, está na corrida à compra da dona da MEO a operadora Iliad fundada pelo multimilionário francês Xavier Niel.

De fora ficou o consórcio composto pelo fundo Warburg Pincus, pelo Zeno Partners e que tinha o apoio do banqueiro português António Horta-Osório e que se tinha apresentado na competição pela compra da Altice Portugal com um projeto que visava era adquirir a operação na sua globalidade e recuperar a marca Portugal Telecom.  O que significava a compra da operadora, do centro de dados da Covilhã, da participação de 51% da Altice na Fastfiber e do Altice Labs.

Entretanto na semana passada o grupo Altice anunciou um acordo para a venda da Altice Media em França por 1,55 mil milhões de euros ao grupo CMA CGM, propriedade da família Saadé, dona de meios como o Le Tribune, e à Merit France. Segundo as notícias internacionais, o negócio abrange a totalidade do capital do grupo de media, que inclui órgãos de comunicação social como a BFM e a RMC e que dá emprego a 1.700 colaboradores, entre os quais 900 jornalistas.

Para que o acordo de exclusividade anunciado na passada sexta-feira se confirme, será ainda necessário aval dos reguladores e a verificação das condições do acordo, mas a Altice antecipou que o negócio deve estar concluído no Verão.

Por outro lado, nos Estados Unidos, a Charter Communications está a estudar a compra da Altice Estados Unidos. A informação foi avançada pela Bloomberg, que cita fontes conhecedoras do processo. A Altice EUA, cujo negócio foi separado do restante grupo em 2018, é uma das maiores operadoras de banda larga no continente norte-americano, chegando a cerca de 5 milhões de clientes particulares e empresas em 21 Estados.

A venda da operação em Portugal pode ser o passo seguinte na estratégia de redução da dívida da Altice.

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