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Morreu José Castella, o controller do Grupo Espírito Santo

O Ministério Público deverá extinguir o procedimento criminal contra José Castella que foi responsável pela tesouraria da ESI e outras empresas do Grupo Espírito Santo.
3 Março 2020, 19h00

Morreu no passado dia 26, José Castella, ex-controller financeiro do Grupo Espírito Santo (GES), vítima de cancro, confirmou o Jornal Económico junto de fonte próxima ao ex-gestor do grupo que foi liderado por Ricardo Salgado.

José Castella era o responsável pela tesouraria de empresas do Grupo Espírito Santo, como a ESI – Espírito Santo International, cujas contas foram manipuladas com a ocultação de passivo. O que deu origem à intervenção do Banco de Portugal no BES, através da imposição de um ring fencing que impedia o banco em Portugal de financiar as empresas não financeiras do GES, como a ESI.

A ESI, recorde-se, era a holding do Grupo Espírito Santo que tinha as contas falseadas em cerca de 2,5 mil milhões de euros.

Por causa do tema GES, era alvo de vários processos criminais e contra-ordenacionais no Luxemburgo e em Portugal.

José Castella e Francisco Machado da Cruz (commissaire aux comptes) eram os responsáveis pelas contas da ESI. José Castella foi administrador da polémica ES Enterprises (apelidada pela comunicação social de saco azul) a par com Machado da Cruz.

Em 2015, foi ouvido pelos deputados no âmbito de uma comissão de inquérito ao caso BES/GES. Na altura, segundo as notícias da época, José Castella assegurou que nunca tinha sido quebrada a proibição do Banco de Portugal de expor o ramo financeiro ao não financeiro ao BES até que em maio e junho de 2014, se fizeram as operações de recompra de obrigações, através da Eurofin e do ES Panamá, que causaram avultadas perdas ao BES. Alegando que pouco sabia sobre o assunto.

Juntamente com Machado da Cruz, que Ricardo Salgado responsabilizou pela falsificação das contas das holdings do GES, José Castella sempre disse que obedecia a ordens de Ricardo Salgado em todas as sociedades onde estava por indicação do GES.

José Castella era também o secretário das reuniões do conselho superior do GES que foram gravadas e cujas gravações foram tornadas públicas.

O procedimento criminal contra José Castella deverá ser declarado extinto pelo Ministério Público.

 

 

 

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