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Moscovici: equilíbrio orçamental em Portugal é “muito boa notícia”

Comissário europeu enaltece consolidação orçamental em Portugal e na Grécia, mas mostra preocupação com situação económica da zona euro, onde o crescimento moderado está para ficar.
REUTERS/Heinz-Peter Bader/File Photo
7 Novembro 2019, 11h21

O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, destacou esta quinta-feira o desempenho conseguido por Portugal no crescimento económico e no ajustamento orçamental, classificando como uma “muito boa notícia” a previsão de que o país deve atingir um saldo zero no próximo ano, segundo as projeções da Comissão Europeia.

Moscovici falava na conferência de imprensa de apresentação das previsões de outono da Comissão, em Bruxelas, segundo as quais Portugal deve atingir um défice de 0,1% este ano, um saldo zero em 2020 e um excedente de 0,6% no ano seguinte.

O comissário europeu fez questão de destacar “dois países” onde a correção das contas públicas foi mais notória nos últimos anos. “Em Portugal prevê-se um orçamento equilibrado e a Grécia terá excedente em 2020 . Dediquei-me muito a estes dois países. São muito boas notícias”, afirmou.

Moscovici reconheceu que nos últimos anos a Comissão teve previsões económicas “um pouco pessimistas” quanto  o desempenho de Portugal, mas que nestas previsões de outono a Comissão está até mais otimista do que o Governo nas previsões de crescimento para este ano (2% previstos por Bruxelas, face aos 1,9% do governo português).

Questionado sobre a previsão de desaceleração no próximo ano, o comissário respondeu que espera um crescimento “moderado” no país, mas devido a fatores externos, já que “o investimento e consumo interno estão robustos”. “Portugal é uma economia aberta não está imune ao que acontece a nível global. Se circunstâncias melhorarem, o crescimento pode ser melhor”, respondeu.

Apesar do contentamento com a evolução orçamental da Zona Euro – todos os países à exceção da Roménia terão défices abaixo de 3% no próximo ano -, o tom de Moscovici foi menos entusiástico quanto ao desempenho económico na região da moeda única, face aos choques que está a a sofrer em termos de procura externa.

Moscovici referiu que a economia do euro contraiu no segundo trimestre e “é pouco provável que recupere no curto prazo”. O comissário salientou que a Europa está “a entrar num novo período”, em que as tensões comerciais, novas preferências dos consumidores e fatores estruturais – por exemplo no mercado chinês – estão a afetar o investimento e a produção industrial. “Este choque externo vai demorar a desaparecer. Vivemos num clima de incerteza que se tornou em algo estrutural”, disse, apontando uma “trajetória de crescimento moderado nos anos vindouros”.

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