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MotoGP: Miguel Oliveira estreia-se na categoria ‘rainha’

O piloto de Almada é o primeiro português a competir no MotoGP, mas Jorge Pessanha Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo considera que mais portugueses “vão aparecer em breve”. O Mundial de Motociclismo arranca este domingo, pelas 17h30.
10 Março 2019, 12h00

Depois de um segundo lugar no Moto3, em 2015, um terceiro lugar e um segundo lugar no Moto2, em 2017 e 2018, respetivamente, o português Miguel Oliveira, de 24 anos, prepara-se para se estrear na categoria rainha do motociciclismo de pista – é já no próximo domingo, no Qatar. Os testes terminaram no final do mês de fevereiro com Miguel Oliveira, ao ‘volante’ de uma KTM RC16, a afirmar que sentia “que estava a ficar mais forte”, deixando alguns “extras no bolso” para usar no seu primeiro Grande Prémio de MotoGP.

Miguel Oliveira é o primeiro português a chegar ao mais alto nível do motociclismo de pista, o que representa um feito individual para o jovem natural do Pragal, Almada, mas também para o desporto motorizado português. A chegada do 88 da Red Bull KTM Tech 3, uma equipa satélite da KTM, à prova mais mediática de moto em pista pode ser o “acelerador” que o desporto motorizado português precisa para a sua massificação.

“A partir do momento em que apareceu o Miguel Oliveira as coisas mudaram e, agora, os pais já começam a levar os filhos, que querem imitar o Miguel Oliveira”, contou Jorge Pessanha Viegas, o atual presidente da Federação Internacional de Motociclismo, o organismo que regula o desporto motorizado de duas rodas, embora o MotoGP seja organizado e promovido pela Dorna. “O Miguel Oliveira foi o acelerador para o surgimento de mais pessoas interessadas na velocidade”, acrescentou.

Sobre a importância da chegada de um português a este nível, o ‘Mundial de Velocidades’, Pessanha Viegas não tem dúvidas: “Não vai levar muito tempo até aparecerem mais pilotos com capacidade para um campeonato do mundo. O Miguel Oliveira mudou as coisas”.

Mas a importância da conquista de um novo patamar na carreira de Oliveira não se justifica apenas pela maior possibilidade de massificação do desporto motorizado. Assim como Eusébio, Luís Figo ou CR7 colocaram Portugal no mundo do futebol, o jovem Miguel Oliveira pode ajudar a recolocar Portugal no mapa do MotoGP. Desde 2012 que a ‘pista’ lusa não sente a borracha queimada de Rossi e companhia. Agora com Miguel Oliveira em pista e Pessanha Viegas na liderança da FIM, a probabilidade de voltar a surgir uma prova do Moto GP é muito maior – mas antes de 2021 é impossível.

“O Governo português decidiu recuperar o MotoGP para o autódromo de Portimão, e não para o Estoril. Eu fui contactado pelo Paulo Pinheiro, que é o gestor do autódromo, e já tive reuniões com a Dorna. Estamos a tentar recuperar o Grande Prémio, mas isto passa por haver uma disponibilidade de verbas para se pagar o espetáculo. Por outro lado, não há vagas no calendário, pelo menos até 2021”, explicou o presidente da FIM. É muito improvável, uma vez que “os circuitos europeus têm todos contratos [com a Dorna] até 2021”.

O envolvimento do português na liderança da FIM pode ser abonatório para Portugal. “O facto de ter passado a presidente da federação vai ter influência, e até já falei com o promotor. Só se não houver mesmo possibilidade é que não vamos ter de volta o MotoGP”, disse Jorge Pessanha Viegas. É preciso paciência: “É tudo uma questão contratual, de chegar a acordo nas verbas. Há, ainda, uma questão de calendário porque a procura é muita, mas a vantagem que podemos retirar de eu ter passado a presidente da FIM é de nós passarmos à frente da fila de espera de uma série de países”, concluiu.

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