[weglot_switcher]

Muçulmana de 13 anos impedida de jogar basquetebol no Algarve por recusar mostrar os braços

Fátima Habib, de Tavira, é a melhor jogadora da sua equipa e em três épocas nunca tinha sido impedida de participar por usar acessórios que tapem o seu corpo. Para acautelar estes casos, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) passou a permitir a partir de 2017 que as atletas usem acessórios que tapem a cabeça, braços e pernas, regras que se aplicam a Portugal.
13 Novembro 2019, 09h44

Fatima Habib, tem 13 anos e é jogadora do Clube Basquetebol de Tavira. No domingo, foi impedida de participar num jogo oficial por recusar mostrar os braços, avança o Jornal de Notícias esta quarta-feira, 13 de novembro.

O seu treinador conta que em três épocas a jogadora, que professa a religião muçulmana, nunca tinha sido impedida de jogar por usar um lenço na cabeça, collants e camisola. Mas, no último jogo no fim de semana passado, a equipa de arbitragem constituída por mulheres terá optado por uma interpretação mais estrita das regras devido à presença de um observador, receando serem penalizadas, aponta o treinador André Pacheco.

Originária do Paquistão, Fátima Habib vive em Tavira há quase cinco anos com os seus pais, frequenta o 9º ano e está a poucos meses de conseguir a nacionalidade portuguesa. É descrita pelo seu treinador como a “melhor jogador da equipa”.

A Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), através do presidente do Conselho de Arbitragem, António José Coelho, argumenta que “não há equipamentos para uma religião e para outra”, apontando que foi dito à jogadora para se “apresentar com o equipamento adequado, o que não aconteceu”.

No entanto, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) passou a permitir a partir de 2017 que as atletas usem acessórios que tapem a cabeça, braços e pernas, permitindo ao Irão disputar nesse ano o campeonato feminino de sub-16. Estas regras também se aplicam a Portugal.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.