Entre 50 ou 60 mil muçulmanos vivem em Portugal, a sua maioria sunita e a residir na zona da Grande Lisboa (Lisboa, Odivelas, Laranjeiro, Palmela e Barreiro) e no sul. Na edição desta terça-feira, o “Jornal de Notícias” reuniu uma série de peritos e testemunhos pessoais de fiéis do Islamismo.
Para o antropólogo José Mapril, “o Islão passou a ser uma arma de arremesso político”. Na sua perspetiva, o país não está muito longe do discurso anti-imigração e islamofóbico que tem assolado a Europa. “Portugal não escapa a essa tendência”, o que leva a que a comunicade seja colocada “sob suspeita”, sublinha.
“É uma tendência que tem crescido nas últimas três décadas, devido a pânicos morais de longo lastro histórico, mas é mais visível nos últimos anos. Portugal não é diferente. Varia no grau, não na natureza”, afirmou ainda o professor universitário da Nova de Lisboa.
Os muçulmanos que se encontram no país, na generalidade, têm raízes em Moçambique, na Guiné-Bissau, no Bangladesh, no Senegal, em Marrocos, no Paquistão, entre outros. Ao JN, o imã da mesquita de Lisboa, David Munir, refere que “os portugueses muçulmanos não sentem grande hostilidade”.
A “visão negativa” que de alguma forma possa existir prende-se com “atos de alguns muçulmanos”, de acordo com o que explicou ao jornal, adiantando que há boa convivência entre os vários lugares de culto. “Temos uma relação com a mesquita do Laranjeiro, por exemplo”, acrescentou.
Na mesma ótica, o especialista em religiões e segurança interna José Manuel Anes realça que “a primeira batalha para acabar com discursos radicais é precisamente passar a mensagem de que é possível uma convivência saudável e de que não há qualquer ameaça por parte da comunidade”.
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