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Mulheres estão em maioria na economia social, mas ainda há poucas a liderar

Cerca de 77% da força de trabalho da economia social e solidária em Portugal é composta por mulheres, mas, no caso das fundações, só 23% dos cargos de liderança são ocupados por elas.
10 Abril 2023, 11h23

Ainda que o fosso salarial entre homens e mulheres seja mais baixo na economia social e solidária do que no cenário económico global, permanecem “importantes disparidades” entre géneros também nesse sector, revela um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). É que, apesar de estarem em maioria nessas fundações, associações e entidades sem fins lucrativas, elas ainda são menos do que eles nos cargos da liderança, estando mais presentes, em contraste, nos empregos temporários que acabam por afetar as suas perspetivas de carreira.

“Embora a desigualdade entre géneros na economia social e solidária seja inferior e mostre resultados promissores, particularmente no que diz respeito aos salários, importantes disparidades permanecem quanto ao acesso a posições de liderança”, explica a OCDE, num relatório que analisa a participação feminina nesse sector.

https://jornaleconomico.pt/noticias/desigualdade-salarial-e-pior-entre-trabalhadores-mais-velhos-1007718

Em maior pormenor, em Portugal, por exemplo, 77% da força de trabalho da economia social e solidária é composta por mulheres, taxa bem superior à participação feminina na globalidade do mercado de trabalho (45%). Ainda assim, no caso das fundações, só 23% dos líderes são mulheres, destaca a OCDE.

“Uma participação desproporcional no emprego a tempo parcial e no emprego temporário afetas as perspetivas das mulheres, em termos de liderança e de salário. As mulheres estão ainda sob representadas nos níveis mais elevados de gestão”, realça a OCDE.

Também prova dessa dinâmica é o cenário francês: enquanto 63% dos cargos de secretário-geral da economia social e solidária francesa são ocupados por mulheres, só 36% dos lugares de presidente são detidos por mulheres.

Há boas notícias, contudo, no que diz respeito aos salários: é que o fosso entre géneros, nesse caso, é inferior ao da economia global, servindo, assim, de exemplo. “A economia social e solidária pode dar lições importantes para a redução do fosso salarial entre géneros e da discriminação”, lê-se no relatório da OCDE.

Importa notar, porém, os salários neste sector tendem a ser mais baixos do que na economia geral. O OCDE não divulga os dados relativos em Portugal, mas em Espanha os salários da economia social e solidária são 19% mais baixos do que na economia total.

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