Uma empresa que ataca em várias frentes é a descrição mais certeira para a Multilem, mas a empresa com base na Azambuja gosta de se descrever como uma agência que trata de ativações e experiência de marca. E o que isto significa? “Construímos os stands para feiras, eventos, festivais e pop-up stores para empresas. Somos uma empresa que pode ajudar as marcas a expressarem-se de forma real com a implementação física”, diz Luís Matos Chaves, diretor-geral da Multilem Europa, ao Jornal Económico (JE).
De forma simples, e como nos conta o diretor-geral, “não somos uma agência de publicidade, somos uma agência que implementa experiências de marca, seja em feiras ou eventos”. E uma das maiores curiosidades é que os escritórios da Multilem assim o possibilitam, com a agência a ter uma base de carpintaria para fazer os stands das marcas com que trabalham e daquelas que os procuram.
E como se faz a ativação de marca? “Juntamos a parte criativa, gestão de projetos, conteúdos, tecnologia com a parte de produção e implementação. Acabamos por ter duas vertentes dentro de casa e é um fator diferenciador mesmo fora de Portugal”.
A Multilem nasceu há 35 anos em Portugal, distingue-se por ser 100% portuguesa e atualmente está um pouco em todo o mundo. A abertura de escritórios fora das fronteiras nacionais aconteceu em 2012 com a expansão para Angola, segundo nos conta Luís Matos Chaves, e desde então que já tem oito escritórios no mundo inteiro: Dubai, Espanha, Reino Unido, Miami e Brasil.
Um dos maiores clientes da Multilem é a Turismo de Portugal. “Fazemos todas as feiras do Turismo de Portugal. Fazemos o projeto criativo e depois a implementação das feiras no mundo inteiro. Por exemplo, já trabalhámos com a Turismo de Portugal no Japão, Estados Unidos, Europa…”.
Embora tenha vários escritórios espalhados pelo mundo, o diretor-geral garante não existirem fronteiras para o trabalho desenvolvido pela agência e aponta-se mesmo como “global”. “Podemos ter clientes em qualquer parte do mundo e fazemos os projetos, literalmente, em qualquer lado”, sublinha o diretor-geral.
Uma das vantagens da Multilem, acrescenta o responsável, é fazer por conhecer os clientes com que trabalham, o que lhes acrescenta “uma vantagem competitiva” por conseguirem “perceber a linguagem da marca e como se expressa no mercado”.
Outro grande cliente da portuguesa Multilem é a Apex, a agência brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Apesar de toda a promoção em território brasileiro ser feito pela agência, em todos os outros cantos do mundo é feito pela Multilem, seja Europa, Estados Unidos, Ásia ou Médio Oriente, tanto que construíram o palco da Apex na Web Summit e também na Gitex Global, que acontece no Dubai.
Uma das vantagens desta agência é conseguirem “proporcionar uma experiência dentro dos stands, a pedido das marcas”. Um dos muitos pedidos que chega é a criação de ambientes naturais, em que existe vegetação e sons da natureza.
“O mercado está a evoluir muito para esta personalização de conceitos em que as pessoas sentem, de facto, uma experiência única quando vão a estes projetos”, evidencia o responsável.
Luís Matos Chaves garante que os clientes não querem apenas saber de como a sua marca se posiciona, mas também do retorno que existe e se o investimento foi bem aplicado, especialmente através da parte da notoriedade. O responsável admite que já utilizam tecnologia em alguns clientes – mediante os budgets existentes – e que “os Estados Unidos estão muito à frente nesse aspeto, porque são obcecados em medir performance”. E como se faz a medição, questionamos. “Temos várias ativações, e medimos o tempo que as pessoas ficam naquela parte do stand e qual o nível de engagement. Já não interessa apenas quantos visitantes tiveram”, remata na conversa.
“Acho que é preciso antecipar estas necessidades e inovação constante. Este mercado nunca está parado”, confessa o diretor da Multilem para a Europa.
O maior desafio é movimentar equipas para os locais da ativação e fazer a montagem de todos os equipamentos, às vezes em curtos espaços de tempo. Independentemente do local final do evento, “sai tudo preparado de Lisboa. Até o parafuso é contabilizado para se antecipar os problemas que podem surgir. O planeamento resolve 98% dos problemas e essa é uma máxima que utilizamos aqui dentro”.
A Multilem também dá a entender que não recua perante um desafio, mesmo que este pareça impossível. E quando o poderá ser, a marca não deixa. Conta-nos, entre lembranças, que tiveram de fazer uma ativação para a Arábia Saudita em apenas duas semanas, com todo o material a ser construído, enviado e montado na China, país onde existem várias autorizações.
Uma das vantagens é o espaço que as equipas possuem na sede da Azambuja. Mesmo por uma questão de sustentabilidade, a Multilem reutiliza alguns materiais de carpintaria quando estes fazem sentido para as duas partes.
Também existem e, nas palavras de Luís Matos Chaves, não foram poucos, principalmente nos anos da pandemia de Covid-19. Sem processos de ativação, uma vez que o mundo foi colocado em suspenso, a “atividade caiu para zero. Sentimos que renascemos das cinzas”.
Desde então, a agência admite estar com um volume de negócios “três vezes acima do que estávamos na altura [2019], portanto crescemos 300%”. Mesmo este crescimento, diz-nos, tem sido “orgânico” e a empresa tem apresentado espaço para crescer e, com 200 pessoas na folha de pagamento a nível global, admite abrir escritórios mais pequenos para ter mais proximidade com os clientes em vários pontos do globo.
O próximo passo será expandir o escritório em Miami, nos Estados Unidos, de forma a ter uma maior atuação neste mercado e ganhar novas marcas para realizar a ativação do produto das mesmas.
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