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Mundial2022: Moçambicanos celebram África numa festa de Natal portuguesa

Este ano, entre bancas de artesanato e de comes e bebes, a festa contou com um ecrã gigante para acompanhar o jogo em que Marrocos venceu Portugal por 1-0 e se tornou na primeira equipa africana a chegar às meias-finais de um mundial.
10 Dezembro 2022, 18h44

Os portugueses estavam em maioria na tradicional festa de Natal da comunidade, na fortaleza de Maputo, mas foram grupos de moçambicanos que fizeram a festa com o apuramento de Marrocos.

Este ano, entre bancas de artesanato e de comes e bebes, a festa contou com um ecrã gigante para acompanhar o jogo em que Marrocos venceu Portugal por 1-0 e se tornou na primeira equipa africana a chegar às meias-finais de um mundial.

“É África”, gritava Albino Mondlane aos saltos, no final, certo de que a equipa pode continuar a ser uma surpresa, sejam quais for as equipas que “venham a seguir”.

“Portugal tem aqui grande talentos, mas outra coisa é ter conjunto” e, para Albino, Marrocos teve “a equipa mais composta”.

Uma opinião partilhada por Sérgio Costa, português, com uma criança ao colo, noutro ponto do recinto, por entre a plateia em frente ao ecrã onde se viam camisolas e cachecóis verde e vermelhos.

“Portugal podia ter jogado melhor: o único jogo de jeito foi contra a Suíça e hoje demonstrámos mais uma vez que temos muitas vedetas, mas não temos equipa”, referiu, com o som de festa africana de fundo.

Apesar da derrota, aquela festa não incomoda, garantiu: “Achei engraçado. Estamos aqui para nos divertir. Futebol é futebol”.

E o convívio continuou.

A caminho de uma banca para comprar bebidas, José Almeida confessou a desilusão pelo desempenho da equipa portuguesa na reta final: “devíamos fazer o que os outros fazem, quando faltam 10 minutos é ‘chuveirinho’ lá para a frente”.

“Isso não aconteceu e continuámos com aquele ‘rame-rame’, nós portugueses somos exímios nisso”, referiu.

Noutra ponta do recinto continuavam os cânticos, com Nelson Fortes, cabo-verdiano em Maputo, a esboçar já um desfecho: “na final, Marrocos 3, Argentina 2”.

“E o troféu pela primeira vez vem para África”, acrescentou logo a seguir Mac Simbinde, antes de continuar a dançar.

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