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Mundo tem mais multimilionários, mas a sua riqueza diminuiu

Os supericos norte-americanos foram os únicos que não sofreram danos em 2018. No final do ano, a região abrigava cerca de 749 bilionários, com uma riqueza combinada de 3,6 biliões de dólares (3,2 biliões de euros).
8 Novembro 2019, 11h46

O número de multimilionários no mundo continua a crescer apesar, apesar de no ano passado, as pessoas mais ricas do mundo ficaram um pouco menos ricas no ano passado.

Segundo o estudo da UBS “Billionaire Insights report 2019“, publicado esta sexta-feira, existem atualmente 2.101 multimilionários no mundo (com fortunas de mais de mil milhões de euros), mais 589 pessoas (ou 38,9%) comparativamente face à cinco anos.

Apesar disso, a riqueza total caiu pela primeira vez em cinco anos em 2018, devido a “um forte dólar americano, atrito comercial, temores de menor crescimento económico e volatilidade do mercado financeiro”, concluiu o estudo do banco suíço.

Segundo os dados, nesse ano, a riqueza derrapou 4,3% em 388 mil milhões de dólares para 8.5 biliões (7,6 biliões de euros), com a queda a ser mais acentuada a ser registada na China, a segunda maior “casa” de milionários do mundo.

Apesar da desaceleração do crescimento no ano passado, a riqueza bilionária é um terço mais alta (34,5%) do que à cinco anos atrás, totalizando um aumento de 2,2 biliões de dólares (1,9 biliões de euros) este ano.

Os bilionários americanos foram os únicos que não sofreram danos em 2018, tendo visto a sua riqueza a subir 0,1%. No final do ano, a região abrigava cerca de 749 bilionários, com uma riqueza combinada de 3,6 biliões de dólares (3,2 biliões de euros).

A região da Ásia-Pacífico, no entanto, permaneceu o lar do maior número de milionários do mundo. Com 754 milionários, com uma riqueza combinada de 2,5 biliões (2,2 biliões), a região representa 36% da população milionária global.

Dentro disso, a China responde por 43% dos bilionários da região. A Índia representa 14%, Hong Kong 9% e o Japão apenas 4%. Na Europa, no Oriente Médio e em África a população milionária caiu 5% no ano passado para 598 indivíduos, cuja riqueza combinada totalizou 2,4 biliões de dólares (2,1 biliões de euros).

O relatório também destacou um aumento notável no número de mulheres que se juntam às fileiras. Atualmente, existem 233 milionárias do sexo feminino em todo o mundo, 46% a mais do que as 160 registadas em 2013, superando a taxa de crescimento de 39% exibida pelos seus colegas masculinos nesse período.

China perdeu 48 milionários em 2018

O número de multimilionários chineses caiu para 325 no ano passado, menos 48 do que em 2017. Também a Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa, revelou no início do ano que um número recorde de chineses tinha perdido aquele estatuto.

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, caiu 10 lugares, para a 45.ª posição, detalhou a Hurun. A fortuna pessoal de Guo, 52 anos, fixou-se este ano nos 57 mil milhões de yuan (7,3 mil milhões de euros).

Cerca de 103 chineses saíram da lista de bilionários da UBS / PwC, em 2018, mas 56 novos nomes foram adicionados. Um milionário chinês mudou de nacionalidade, no ano passado, detalhou o relatório.

O património líquido total estimado do grupo também diminuiu 12,3%, no mesmo período, a maior queda entre os mais ricos a nível global. Uma depreciação de cerca de 6% da moeda chinesa, o yuan, face ao dólar norte-americano, contribuiu em cerca de metade para a queda.

Também a bolsa de Xangai, principal praça financeira da China, contribuiu para a queda, ao cair 25%, ao longo de 2018, o pior desempenho entre as praças financeiras globais.

O fenómeno reflete ainda o impacto sobre a riqueza que incertezas geopolíticas prolongadas podem ter, sobretudo numa altura de desaceleração da economia doméstica. “A China realmente teve uma trajetória incrível, mas em 2018 vimos volatilidade”, disse John Mathews, chefe de gestão de património privado da UBS.

“Em 2018, vimos a escalada da guerra comercial [entre China e Estados Unidos], a incerteza do Brexit, e a subida do dólar”, justificou Solita Marcelli, diretora de investimentos das Américas na UBS Global Wealth Management. “Tudo isto contribuiu para o declínio da riqueza dos milionários”, disse.

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