Mutualista investiu cerca de 1.750 milhões no capital do Montepio desde 2011

A Associação Mutualista Montepio Geral e as suas participadas subscreveram 80 milhões de euros da emissão de 100 milhões de dívida subordinada Tier 2, que foi colocada pelo Banco Montepio esta semana. Segundo a ficha técnica da emissão, a que o Jornal Económico teve acesso, as obrigações têm maturidade em 3 de abril de 2029. A taxa de juro a que foi colocada a emissão foi de 10,5%, o que é o preço mais alto pago por uma emissão de dívida Tier 2 – que não conta para o rácio de capital Common Equity Tier 1.

Este investimento nas obrigações do Banco Montepio é benéfico para a Associação Mutualista, por um lado, pois dificilmente a Mutualista liderada por Tomás Correia conseguiria aplicar as poupanças dos associados (em 2018 tinha 612.607 associados e um ativo líquido de 3,78 mil milhões de euros) a um juro tão alto. Mas há o reverso da medalha, o risco inerente à emissão destas obrigações força à constituição de imparidades, o que impacta nos futuros resultados líquidos da Mutualista.

A Associação Mutualista já tinha recapitalizado o Montepio no final de 2018, quando o banco desistiu de uma emissão de dívida de 150 milhões de euros. A Associação subscreveu o empréstimo subordinado de 50 milhões de euros, com uma taxa de juro de 8%, permitindo que o Montepio cumprisse o rácio de capital exigido de 13,625%.

Desde 2011 a recapitalização do banco já implicou o investimento de cerca de 1.750 milhões de euros.

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