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“Não bastam camas, são precisos profissionais”, diz Sindicato Independente dos Médicos

“Não bastam camas, são precisos profissionais. Não temos como duplicar o número de médicos, mesmo com a já conhecida adesão de grande número de médicos que atualmente estão fora do SNS, adesão essa promovida pela Ordem dos Médicos”.
12 Março 2020, 12h39

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) assumiu, em comunicado, que não existem duas mil camas de internamento disponíveis mas que não bastam estas camas e que “são precisos profissionais” para atacar o novo coronavírus.

O SIM aponta que atualmente se tem assistido “mais a medidas reativas do que a proativas”, manifestando a “sua preocupação com declarações que pretendem ser tranquilizadoras e de evidência de eficácia das autoridades”. O sindicatos dos médicos sublinha ainda que esta mesma preocupação aumenta”quando nos chegam relatos do que se passa nos países mais atingidos, com colapso em alguns casos dos serviços de saúde”.

“Não temos duas mil camas para internamento disponíveis, mesmo adiando já toda a atividade assistencial programada. Não temos 300 camas de cuidados intensivos disponíveis”, afirma o SIM. “Não bastam camas, são precisos profissionais. Não temos como duplicar o número de médicos, mesmo com a já conhecida adesão de grande número de médicos que atualmente estão fora do SNS, adesão essa promovida pela Ordem dos Médicos”.

“Só esta semana foi permitida a alocação de todos os médicos de Saúde Pública ao combate de Covid-19 com a suspensão das juntas médicas de avaliação de incapacidade e apenas hoje é publicado um despacho a autorizar o reforço de 20% dos stocks entre os quais EPIs (equipamento individual de proteção), de desinfeção e de diagnóstico que poderão já estar esgotados nos fornecedores ou não estar disponíveis em tempo útil. E chegam-nos relatos de inexistência/insuficiência dos que se suporia estarem em stock“, lê-se no comunicado.

Desta forma, o sindicato dos médicos exige “proteção efetiva e adequada dos profissionais com procedimentos e orientações claras, equipamentos (nomeadamente máscaras respiradoras para aerossóis tipo FFP2 no mínimo e óculos), salas de isolamento de acordo com as especificações da DGS e respostas céleres às situações a validar”.

De forma a que se evite uma maior propagação deste vírus o sindicato exige “o alargamento dos locais de execução e uma maior celeridade na realização de testes de confirmação, e que estes possam ser solicitados por especialistas nas matérias mediante avaliação clínica com dispensa de validação para a sua execução por uma linha de apoio ao médico”, sendo que esta linha médica não deve ser a autoridade máxima nesta matéria.

“A divulgação de um indevidamente chamado ‘plano de contingência nacional’ foi um ato falhado pois na prática não é mais que um esboço deixando muita coisa em aberto com a desculpa de a resposta ter de ser dinâmica e ajustada dia a dia. Medidas preconizadas no Plano de Contingência de 2009 para a Gripe A são ignoradas. Cada hora que se perde em relação a um infetado são dezenas de potenciais infetados a mais”, sublinha o SIM.

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