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“Não é normal esperar que a Segurança Social continue a pagar pensões tão elevadas”, diz vice-presidente da Gamalife

Gonçalo Castro Pereira defende que toda a população quer viver mais e com melhor qualidade, mas que não podem estar dependentes dos apoios do Estado e como tal, considera que deve existir um “plafonamento dos descontos” por parte da Segurança Social. “Temos de ter soluções para as pessoas com mais idade”, refere.
16 Julho 2025, 09h49

“Não é normal esperar que a Segurança Social continue a pagar pensões tão elevadas, sem existir um plafonamento dos descontos”. A mensagem é transmitida por Gonçalo Castro Pereira, vice-presidente da Gamalife. O responsável partilhou a sua visão sobre o atual momento das seguradores esta quarta-feira, 16 de julho, no Special Report ‘Os Seguros e a Incerteza Extrema”, promovido pelo Jornal Económico (JE), no Hotel Intercontinental, em Lisboa para discutir a perspetiva de evolução no setor dos seguros.

Gonçalo Castro Pereira defende que toda a população quer viver mais e com melhor qualidade, mas que não podem estar dependentes dos apoios do Estado. “Temos que mergulhar a fundo e perceber que não temos de ser tão paternalistas no acompanhamento das pessoas na sua reforma. Há 50 anos não havia pensões de reforma. Se calhar temos de recordar como se prepara a vida pós-ativa”, salientou.

Para o responsável existem cinco pontos que influenciam atualmente a incerteza nos seguros. Uma carga regulatória em crescendo de modernização e na forma como falamos com os clientes, o risco climatérico, o ciberrisco que “atinge uma dimensão preocupante”, a longevidade, realçando que é preciso haver soluções para as pessoas com mais idade.

“É importante para todos os atores do mercado terem um cliente cada vez mais informado. Um cliente informado é um cliente fiel, porque sabe aquilo que comprou”, afirmou.

Durante a sua intervenção Gonçalo Castro Pereira abordou também os desafios colocados pela Inteligência Artificial (IA), que no seu entender servem como complemento e não como substituto da mão humana. “A Inteligência Artificial é um acelerador de conhecimento, mas a mente humana é fundamental. Quais são os limites da IA? É preciso não ter tabus, mas é preciso ter noção de que há esse risco”, sublinhou.

O responsável destacou ainda que os clientes precisam de ter uma noção de que se querem uma rentabilidade mais elevada não podem ir para um produto 100% garantido.

“Já lá vai o tempo de rentabilidades elevadas com produtos garantidos. É importante que se ajuste ao longo da nossa vida as necessidades que vamos tendo. É muito importante termos a consciência de que temos de ter um seguro de vida de risco puro. Todo este esforço que temos de continuar a fazer no setor, tem a ver com a incerteza inerente de estarmos vivo e de termos essa consciência”, referiu.

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