Naturgy lança OPA voluntária para reforçar posição e aumentar capital flutuante

A empresa energética Naturgy anunciou a sua intenção de lançar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) voluntária, oferecendo 26,5 euros por ação, com o objetivo de aumentar a sua participação própria para 10%. Este movimento estratégico visa também incrementar o capital flutuante da empresa, ou seja, a parte de ações que podem ser negociadas livremente no mercado.

A Junta Geral de Accionistas da Naturgy está agendada para o dia 25 de março em Madrid, onde será debatida e votada a proposta de aquisição de 10% do capital da empresa, com um investimento estimado em aproximadamente 2.300 milhões de euros, avança o Expansión. O plano inclui a compra de 88 milhões de ações a 26,50 euros cada, resultando num custo total que poderá ascender a cerca de 2.332 milhões de euros.

Além da OPA, a ordem de trabalhos da Junta prevê a ampliação do conselho de administração, passando de 12 para 16 membros. Esta alteração permitirá que o fundo australiano IFM tenha um segundo representante no conselho, enquanto a Criteria aumentará a sua representação de três para quatro conselheiros. Os fundos CVC e GIP também beneficiarão desta reestruturação, garantindo cada um três representantes.

Francisco Reynés, presidente da Naturgy, destacou que a empresa procura aumentar o capital flutuante para acima de 15%, com o intuito de reintegrar os índices bursáteis MSCI, que são considerados referências importantes para os investidores. A expectativa é que a OPA esteja concluída em julho, permitindo à empresa fortalecer a sua posição no mercado e melhorar a sua atratividade junto dos investidores.

Adicionalmente, na reunião, será discutida a alteração do esquema de remuneração variável a longo prazo do presidente executivo, bem como a política de remuneração dos conselheiros da Naturgy, refletindo um compromisso com a transparência e a governança corporativa.

Este movimento de aquisição e a reestruturação do conselho visam não apenas consolidar a posição da Naturgy no setor energético, mas também responder de forma proativa às exigências do mercado e dos acionistas.