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Nelson de Souza diz que Plano de Recuperação está alinhado com o de outros países

Ministro do Planeamento defende que o Plano de Recuperação terá sempre uma dimensão de investimento na resiliência “na estrutura porque decorre na sua própria natureza”. 
17 Março 2021, 16h13

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, defendeu esta quinta-feira que a estrutura do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português decorre da sua “própria natureza”, sendo semelhante ao de outros congéneres europeus, já que segue as regras e orientações definidas.

“Não é nada que nos surpreenda, porque as regras básicas e as afetações seguidas e forçadas pelas autoridades são as mesmas. Portanto, não podíamos ter PRR muito diversos dos nossos”, disse o governante esta quarta-feira durante um webinar sobre fundos europeus promovido pela consultora PwC e pelo Jornal Económico.

Através de uma comparação com os PRR da Alemanha, Grécia, Espanha e Itália, com base nos drafts iniciais, Nelson de Souza explicou que “o PRR tem este enquadramento e naturalmente terá sempre uma dimensão de investimento na resiliência, nos sistemas públicos, muito presente na estrutura porque decorre na sua própria natureza”.

O governante respondeu assim às críticas de que o PRR tem uma distribuição desequilibrada entre o investimento no Estado e para as empresas. “Temos naturalmente muitas dúvidas colocadas quanto à reestruturação do PRR, quanto ao resultado desta aplicação destes princípios ou condicionalidades que temos no desenho do PRR. Nada como olharmos para o que se está a passar nos outros Estados-membros para saber se de facto é assim tão diferente ou não aquilo que é o desenho dos PRR nos outros países”, disse.

Entre os exemplos, assinalou o plano da Alemanha, no qual as questões do clima absorvem 43% dos 29 mil milhões, dando ainda nota que a digitalização da economia atinge os 20%, “com muito investimento em infraestruturas”, como na área do 5G e da digitalização da educação. “Não vejo aqui grandes diferenças relativamente ao perfil do nosso PRR”, afirmou.

Já sobre o PRR italiano salientou que “tem um perfil de distribuição do PRR muito parecido com o nosso”, com “os apoios diretos às empresas são 30%”, enquanto o PRR de Espanha tem uma “estrutura mais diversificada”, com um alto investimento em educação, na administração e nas PME. Exemplificou ainda com o PRR grego, que tem 13% dedicado ao digital.

O webinar sobre fundos europeus foi promovido pela consultora PwC e pelo Jornal Económico, com transmissão a 17 de março através da plataforma JE TV, onde continua disponível (www.jornaleconomico.pt).

A intervenção de abertura foi feita pelo ministro do Planeamento, Nelson de Souza, seguindo-se uma intervenção de Pedro Deus, Global Incentives Solutions partner da PwC. O debate contou com a presença de Nuno Mangas, presidente do Compete 2020; António Saraiva, presidente da CIP; Ana Isabel Coelho, vogal do IEFP – Instituto do Emprego e da Formação Profissional; e Duarte de Jesus Rodrigues, vice-presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

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