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Nestlé eliminou mais de 300 milhões de pacotes de açúcar da mesa dos portugueses em quatro anos

A empresa suíça registou vendas totais de 500 milhões de euros em Portugal. “Estamos a fazer investimentos importantes na área da nutrição infantil, bebidas, nomeadamente com o café torrado da marca Starbucks a ser produzido na fábrica Porto”, disse Paolo Fagnoni, diretor-geral da Nestlé Portugal.
19 Março 2019, 07h40

A Nestlé investiu cerca de 50 milhões de euros na área do marketing e de 19 milhões de euros nas operações das fábricas do Porto e de Avanca ao longo de 2018, anunciou a empresa no encontro anual com os meios de comunicação social, que se realizou no Espaço Espelho d’Água, em Lisboa.

No ano passado, registaram-se vendas totais de 500 milhões de euros, sendo que 8% desse montante resultou da inovação. O mercado português cresceu cerca de 2 pontos percentuais acima da média do grupo suíço, com uma subida de 4,9%. A empresa, que conta com cerca de 90 marcas em Portugal e tem a sede em Linda-a-Velha, ganhou quota de mercado em oito das 12 categorias (café, petcare, nutrição infantil, confeitaria…).

A Nestlé Portugal aumentou o número de colaboradores com a contratação de mais 144 pessoas para diferentes áreas, sobretudo NBS (Nestlé Business Services) e produção. “É sempre um sinal de vitalidade, de que a companhia cresce e tem novas oportunidades de trabalho”, referiu à imprensa o diretor-geral, Paolo Fagnoni. Atualmente, a empresa conta com 2.066 trabalhadores.

“Estamos a fazer investimentos importantes na área da nutrição infantil, bebidas, nomeadamente com o café torrado da marca Starbucks a ser produzido na fábrica Porto. A linha está a ser finalizada nos próximos dias”, adiantou aos jornalistas o mesmo responsável, durante o pequeno-almoço onde falou de inovação, renovação e investimentos.

Açúcar e plástico? Nem por isso, obrigada

Menos açúcares e menos plásticos. É este mote que a Nestlé pretende levar cada vez mais às suas linhas de produção e à mesa dos portugueses. Entre 2013 e 2017 a Nestlé eliminou 1.800 toneladas de açúcar da alimentação das famílias, o equivalente a 360 milhões de pacotes, com a redução de 30% dos açúcares nos cereais de pequeno-almoço e no chocolate Nesquik, por exemplo. No ano transato, a luta àquele que já é considerado o «veneno do século XXI» tornou-se ainda mais ávida. Segundo Paolo Fagnoni, “é um desafio muito grande o de melhorar a qualidade dos produtos, reduzir ingredientes que possam ser sensíveis para a saúde”.

Recentemente, este adeus à sacarose, lactose e frutose viu-se no facto de as fábricas portuguesas ter passado a produzir a papa infantil Cerelac Farinha Láctea 40% menos açúcares, com cereais e imunonutrientes, como ferro, zinco, vitaminas A, B1 e C. “No caso específico da Cerelac é emblemático porque é uma das primeiras comidas que entra em contacto com os bebés. Por isso é que é importante reduzir o açúcar aqui, para reeducar os gostos e, assim, melhorar a cultura dietética das pessoas”, argumentou.

 

Em relação aos plásticos, a Nestlé começou este ano a eliminar todas as palhinhas deste material e passou a utilizar patelines (para mexer o café) de madeira para a Buondi, Sical, Tofa, Christina e Nescafé. À mesa de refeições, na última sexta-feira, esteve também o novo Nesquik “All Natural”, embalado em papel reciclável. Já a marca Smarties também vai ter as suas embalagens sem plástico ainda em 2019. A 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, serão os próprios funcionários a ir para o terreno em prol do ambiente, com uma ação de recolha de plástico nalgumas praias portuguesas.

Para este ano, a Nestlé Portugal prevê conseguir um crescimento orgânico de entre 3% e 4%. “Daremos um forte focus na propulsão da inovação e na renovação dos nossos produtos, para oferecer sempre ao consumidor as escolhas mais saborosas e saudáveis. Reforçaremos ainda mais os investimentos nas nossas duas fábricas, que se estão a tornar cada vez mais centrais no plano de inovações”, assegura a Nestlé Portugal.

Em termos de infraestruturas, o projeto de ampliação da capacidade de armazenamento e modernização do centro de distribuição em Avanca, no concelho de Estarreja – no qual o grupo suíço investiu 5 milhões de euros – deverá estar terminado no terceiro trimestre de 2019. Esta é uma das duas fábricas que a Nestlé tem em Portugal, após ter fechado as portas da de Lagoa-Açores.

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