Em Portugal, temos aproximadamente um universo de 1.1 milhão de empresas das quais 48.000 são exportadoras, isto é, 5%. Quando olhamos para os volumes das exportações, a realidade é ainda mais marcante, já que as dez maiores empresas concentram 1/5 das vendas nacionais ao exterior.

Sabemos também que a aposta na frente externa é incontornável e nela assenta em grande medida o relançamento da nossa economia contido no próximo Orçamento de Estado (aceleração das exportações de bens e seviços em 1.1 p.p.). Conclusão: precisamos de alargar a nossa base exportadora para que o crescimento se torne mais sustentado, precisamos de “New Balls, please!”.

No rescaldo da Web Summit, sublinhar que as chamadas First Time Exporters têm hoje novos instrumentos à sua disposição que os ventos da transformação digital lhes trouxeram.

Primeiro, através do Fine Trade (aplicação online do Novo Banco) uma empresa que venda um bem transacionável pode conhecer o seu mercado potencial no mundo.

Segundo, as plataformas de social selling permitem-lhe escolher os targets e estabelecer relações de genuína confiança com os seus prospects noutras geografias sem sair do seu lugar. Por outro lado, as comunicações online através da realização de vídeo chamadas permitem hoje que esteja cara a cara com o seu potencial cliente a custos despiciendos.

Em conclusão, o poder de compra não conhece fronteiras e está globalizado, o que significa que os seus clientes podem estar à distância de um clique. E que as suas exportações podem crescer para novos mercados, até de forma exponencial.

E estas novidades dispensam as abordagens estratégicas tradicionais? Não, elas constituem apenas novos instrumentos complementares, todavia tendencialmente indispensáveis. No ecossistema tradicional da exportação, as Embaixadas e a AICEP, as Câmaras de Comércio e Indústria, as Associações Empresariais, Escritórios de Advogados, Seguradoras, e a Banca, têm também um papel fundamental.

É um facto, a exportação implica estar em vários mercados, reduzindo o risco de ficar apenas em casa. Mas esta moeda tem outra face, passar as fronteiras acarreta novos riscos, os riscos internacionais. A boa notícia é que há instrumentos preparadas para os mitigar, como é o caso dos seguros e do Trade finance.

Referir que num estudo realizado pelo Banco de Portugal em 2015, comprova-se que as empresas exportadoras apresentam melhor rentabilidade (EBITDA de 8.9% contra 8.2% das não exportadoras, em % dos proveitos) e são mais sólidas (autonomias financeiras de 37% contra 27% das não exportadoras, média ponderada). A internacionalização traz às empresas competitividade, rentabilidade, inovação, e sobretudo um caminho de futuro!

No Portugal Exportador 2016 teremos formas de “Inovar para Exportar”, teremos os Players tradicionais do apoio à internacionalização (32 Embaixadas, 24 Associações e Câmaras de Comércio etc) e os especialistas na cobertura dos diferentes tipos de riscos interacionais. Estamos à espera de “New Balls, please!”