No passado dia 29 de março a Assembleia da República iniciou os trabalhos da XV legislatura. Uma enorme honra e responsabilidade. Uma legislatura que sucede a uma crise política artificial, provocada por um chumbo orçamental que foi um dos maiores erros políticos da nossa História Parlamentar. Uma legislatura que se inicia mais de dois anos depois da crise pandémica que, para sempre, alterou as nossas vidas, e com mais de um mês depois de se ter iniciado uma invasão bárbara da Federação Rússia à Ucrânia, com óbvias consequências económicas e sociais em toda a Europa.
Tomaram posse 230 deputados (mais de metade só do PS) e daquele que foi o primeiro dia de trabalho do Parlamento desta legislatura, não podia deixar de sublinhar a eleição para Presidente da Assembleia da República de Augusto Santos Silva, que realizou uma das mais brilhantes intervenções dos últimos anos no plenário. Uma intervenção que nos responsabiliza a todos nós, parlamentares, pela elevação e dignificação do discurso. Diferenciar os conceitos de patriotismo e nacionalismo, foi uma lição para todos.
Hoje, quinta-feira, mais um momento marcante: inicia-se o debate do programa de Governo. Um Governo que trabalha para mais de quatro anos de estabilidade, e para responder aos desafios do presente e futuro. Bem sabemos que até uma moção de rejeição vai ser apresentada a um governo que obteve maioria absoluta, assim que é eleito. Nada que surpreenda vindo do respetivo arco parlamentar. Deste lado, a resposta dá-se com trabalho e elevação.
Para aqueles que, tal como eu, continuam e recomeçam o trabalho parlamentar o mesmo só pode revestir-se de um enorme senso de responsabilidade. É esse o meu compromisso. Continuar a trabalhar para honrar a responsabilidade que foi depositada e expressa numa maioria absoluta.
Este é um mandato em que Portugal vai ter a responsabilidade de gerir o maior pacote financeiro de sempre. Um trabalho que deve ser feito com responsabilidade e cumprindo os mais rigorosos pressupostos de transparência, e com efeitos multiplicadores para a economia, nomeadamente com os mais de 16 mil milhões de euros do PRR e os 24 mil milhões do novo quadro Portugal 2030. Os portugueses esperam que o Governo esteja à altura e esta é uma responsabilidade que todos devem abraçar, sem populismos nem demagogia.