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No caso da OPA falhar: EDP e chineses podem forjar parceria para o Brasil e América do Sul

No Brasil, o grupo EDP detém 51% da EDP Brasil, com a CTG a deter também vários ativos no país. As duas companhias já estão a desenvolver em conjunto uma barragem no Peru. A Reuters avança que as duas companhias podem juntar-se naquela região, se a OPA cair por terra.
  • Cristina Bernardo
13 Março 2019, 15h29

A EDP pode avançar com uma parceria com a China Three Gorges para o Brasil e para a América do Sul. Esta parceria só vai avançar se cair por terra a oferta pública de aquisição (OPA) dos chineses. Esta possibilidade está a ser avançada pela Reuters esta quarta-feira, 13 de março, que cita fontes próximas do processo.

No Brasil, o grupo EDP detém 51% da EDP Brasil, com a CTG a deter também vários ativos no país. As duas companhias já estão a desenvolver em conjunto uma barragem no Peru.

“A ideia é juntar as empresas detidas pela CTG no Brasil com a subsidiária da EDP”, disse uma das fontes à Reuters.

A EDP Brasil produz e distribui eletricidade, estando presente em sete estados brasileiros. A companhia detém inúmeros ativos, incluindo uma central termoelétrica, 16 centrais hídricas e duas distribuidoras de eletricidade.

A CTG, por seu turno, conta com 17 centrais hídricas e 11 centrais eólicas no Brasil com um total de 8,2 gigawatts de potência.

Contactadas pela Reuters, tanto a EDP como a CTG não fizeram comentários.

A EDP Brasil fechou 2018 com o melhor resultado de sempre. A elétrica atingiu lucros de 1,265 mil milhões de reais (292 milhões de euros) no ano passado, um crescimento de 108% face a período homólogo.

Recorde-se que o fundo norte-americano Elliott Management veio recentemente a público exigir a venda da EDP Brasil pelo grupo Brasil, como forma de gerar receita para investir nas renováveis e reduzir a dívida.

Segundo o fundo, a venda da EDP Brasil permitiria ao grupo presidido por António Mexia encaixar 2,3 mil milhões de euros. Em reação, o Governo português veio a público mostrar a sua rejeição a uma eventual venda da EDP Brasil, conforme defendido pelo fundo Elliott.

Durante a apresentação do novo plano estratégico da EDP até 2022, António Mexia avançou que a China Three Gorges (CTG) está a dar os passos obrigatórios e necessários para avançar com o processo de oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP.

“Quem tem de falar da OPA é o oferente. Nós [o board] emitimos um relatório em que fomos muito claros na nossa opinião sobre o preço e o projeto. Temos que ajudar em tudo aquilo que tem a ver com filings, em que o envolvimento da empresa é importante”, referiu o CEO, em conferência de imprensa no âmbito da apresentação do plano estratégico 2019-2022 em Londres na terça-feira, 12 de março.

“Os filings pelo oferente estão a ser feitos neste momento, ou seja os que faltam. Depois de um trabalho de pre-filing, estou a dizer coisas que são públicas, na Europa, e depois também de trabalho preliminar nos Estados Unidos”, adiantou. “Acho que estão a fazer os passos necessários, obrigatórios face ao que foram as condições da oferta”, acrescentou o presidente executivo da companhia.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/respostas-rapidas-quais-os-pontos-principais-do-plano-estrategico-da-edp-ate-2022-421392

 

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