O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, anunciou a decisão de desinvestir em 11 grandes empresas, atendendo a critérios ESG. A sigla ESG refere-se a “Environmental, Social and Governance”, ou seja, fatores ambientais, sociais e de governança que podem ser tidos em conta nos processos de decisão de investimento.

A maior parte destes desinvestimentos deveram-se a preocupações de caráter ambiental, tendo sido preteridas empresas como a alemã RWE e outras ligadas à extração de minérios ou de petróleo como a Glencore, a Anglo American, a brasileira Vale e várias empresas canadianas. Há um caso em concreto, o da Eletrobras, cujo desinvestimento se relaciona com a alegada repetida violação de direitos humanos no projeto da barragem de Belo Monte.

As empresas ligadas ao setor energético criticam a decisão da Noruega por considerarem que estão a ser ignorados os processos de descarbonização e mitigação do impacto ambiental nos processos extrativos e de produção de eletricidade. Há também quem acuse a Noruega de hipocrisia, dado que na origem do seu fundo soberano está precisamente a exploração de hidrocarbonetos.

Para a Noruega, investir em áreas fora do complexo energético faz sentido numa lógica de diversificação, mas há alguma incongruência entre o país aplicar critérios ESG no fundo soberano e não o fazer nas suas atividades produtivas.

De qualquer forma, esta decisão mostra o impacto crescente dos critérios ESG na alocação de portefólios a nível mundial e poderá levar outros investidores a fazerem o mesmo.