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Novo Banco com prejuízos de 93 milhões de euros no primeiro trimestre do ano

O Novo Banco passa de lucros a prejuízos no primeiro trimestre do ano. O banco liderado por António Ramalho registou um resultado líquido negativo de 93 milhões de euros, o que compara com os lucros de 70,4 milhões apresentados há doze meses.
17 Maio 2019, 17h25

O Novo Banco registou 93,1 milhões de prejuízos nos primeiros três meses do ano. Há um ano atrás, o banco liderado por António Ramalho registou lucros de 70,4 milhões.

No entanto, em comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), o banco explicou que os resultados do primeiro trimestre de 2019 não podem ser comparados “adequadamente” com igual período homólogo, “uma vez que este incluía um efeito positivo de 51,2 milhões por classificação da GNB Vida como atividade em descontinuação”.

Os resultados voltaram a distinguir o Novo Banco entre ‘banco bom’ (chamado Novo Banco Recorrente) e ‘banco mau’ (Novo Banco Legacy), algo que já tinha acontecido aquando da apresentação de resultados relativos ao exercício de 2018.

No denominado Novo Banco combinado, que integra o Recorrente e o Legacy, o produto bancário, excluindo os resultados com as operações financeiras, cresceu 6,1%, para 197 milhões. Mas, tendo em conta o impacto dos resultados das operações de trading, o produto bancário caiu 17,7%, para 18,5 milhões, comparando com os 76,1 milhões registados há um ano atrás.

O resultado operacional caiu, assim, cerca de 32%, para 95,1 milhões, que não foi compensado pelo corte de 1,3% dos custos operativos.

Os créditos não performantes (non-performing loans ou NPL) caíram 3,4 mil milhões de euros para 6,5 mil milhões. O rácio de cobertura dos NPL situou-se nos 60,1%.

No comunicado, a instituição financeira salientou que “a 31 de março, cumpre todos os rácios de capital exigidos pelo Banco Central Europeu no âmbito do processo de revisão e avaliação pelo supervisor”.

Embora os rácios de capital sejam provisórios, o Novo Banco disse que rácio de capital common equity tier 1 (CET1) ficou nos 13,5%.

No ‘banco bom’, os resultados antes de impostos registaram uma variação positiva de 3,4%, em termos homólogos, para 85,4 milhões de euros, alavancados pelo crescimento de 14,1% do produto bancário comercial, que ascendeu a 187,8 milhões.

Dentro do produto bancário comercial, a margem financeira subiu 33,4%, para 116,4 milhões, refletindo as “medidas de otimização, nomeadamente as relacionadas com a redução do custo dos recursos”, frisou a instituição financeira.

As provisões para imparidades decresceram 8% para 21,5 milhões, sendo que as imparidades para crédito fixaram-se em 22,3 milhões.

No ‘banco mau’, os prejuízos ascenderam a 142 milhões de euros, tendo sido influenciado pelo reforço de imparidades para clientes no valor de 55,4 milhões e imparidades para o projeto de venda de ativos não produtivos em Espanha, designado projeto Albatroz, que ascenderam a 35,2 milhões.

O Novo Banco revelou ainda que o ativo do ‘banco mau’ decresceu 0,3% face a dezembro de 2018, tendo reduzido a carteira de crédito líquida (crédito a clientes) e os imóveis em cerca de 125 milhões e 71 milhões, respectivamente.

Ainda assim o ativo do ‘banco mau’ ascende a mais de 10,6 mil milhões de euros, apenas 0,3% abaixo do registado em dezembro do ano passado.

O crédito a clientes supera os 2,1 mil milhões e os imóveis estão nos 1,5 mil milhões.

Recorde-se que o Novo Banco solicitou (e já recebeu) uma compensação de 1.149 milhões de euros ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (CCA). Para isso o Estado emprestou 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

Este montante exigido pelo banco ao Fundo de Resolução no âmbito daquele mecanismo decorre em 69% das perdas assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31% devido a requisitos de capital regulatórios no quadro do ajustamento do período transitório dos rácios de capital e devido ao impacto do IFRS 9.

(atualizada 17h52)

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