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Novo Banco diz que “não vende imóveis com desconto”, pois vendeu ao preço de mercado

“A diferença quanto ao valor de avaliação no balanço dos imóveis não é um desconto, é o efeito da diferença entre o preço de mercado e o valor de avaliações que seguem o método de custo ou que assumem diferentes estimativas de capacidade construtiva”, explica o banco liderado por António Ramalho.
11 Julho 2020, 13h05

Num comunicado enviado às redações, o Novo Banco responde à notícia do “Público” da semana passada, que dá conta que o banco vendeu uma carteira de imobiliário com um desconto de cerca de 70% a sociedades de um fundo com ligações ao atual CEO do Novo Banco, Byron Haines. O notícia do “Público” referia-se ao Fundo norte-americano Cerberus.

O Novo Banco desmente que tenha “vendido carteiras de imóveis com determinado desconto sobre o valor de mercado. Tais notícias são totalmente infundadas e exigem um esclarecimento”.

A instituição diz que entre dezembro de 2017 e dezembro de 2019 reduziu a sua carteira de imóveis em 56% e atualmente tem registado em balanço 1,1 mil milhões de euros de imóveis. “Seguiram-se os preceitos previstos na legislação bancária nacional e adicionalmente cumpriu-se assim o compromisso 12 acordado entre a Comissão Europeia e o Estado Português”, adianta a nota.

Para reduzir de forma eficaz o excesso de imóveis que havia herdado do passado, o Novo Banco explica que lançou dois concursos internacionais abertos e transparentes para vender duas carteiras de imóveis a que chamou Viriato e Sertorius. Obteve com estas vendas o montante de 523 milhões de Euros (que é a soma da carteira Viriato vendida por 364 milhões + com o portfólio Sertorius vendido por 159 milhões) e, diz o banco, “foi o preço de mercado obtido para estes imóveis através de concursos internacionais, transparentes e abertos”.

No Viriato 47% da carteira eram imóveis residenciais e os restantes, terrenos, industriais ou comerciais sem uso. Foram contactados 48 investidores, foram recebidas 7 propostas, selecionadas as duas propostas mais altas para uma negociação final ganha pela Anchorage Capital Group, L.L.C.. A venda foi aprovada nos órgão estatutários do Banco e para 17% da venda que estava protegida pelo Mecanismo de capital Contingente obtida a autorização do Fundo de Resolução. Esta carteira de imóveis foi vendida por 364 milhões de euros.

No portefólio Sertorius 13% da carteira eram imóveis residenciais, 6% hotelaria e o restante terrenos, industriais ou comerciais sem uso. Foram contactados 48 investidores, recebidas 5 propostas, selecionados 3 investidores dos quais dois estiveram na negociação final ganha pela Cerberus Group. “A venda foi aprovada nos órgão estatutários do banco e para 20% da venda que estava protegida pelo Mecanismo de Capital Contingente obtido a autorização do Fundo de Resolução”, detalha o banco.

Esta carteira de imóveis foi vendida por 159 milhões de euros. O Público sustentou a sua notícia do desconto, comparando com o valor bruto contabilístico destes ativos imobiliários de 487,8 milhões de euros. No entanto, “a diferença quanto ao valor de avaliação no balanço destes imóveis, que sempre pode existir, não é um desconto, é o efeito da diferença entre o preço de mercado e o valor de avaliações que seguem o método de custo ou que assumem diferentes estimativas de capacidade construtiva”, explica o banco liderado por António Ramalho.

O Novo Banco adianta ainda no entanto que “as vendas são todas sujeitas aos direitos de preferência em vigor em Portugal e previamente inseridas no Portal casa pronta para esse efeito”.

O banco assegura que “continuará a procurar reduzir a sua carteira de imóveis não afetos à exploração conforme as exigências regulatórias”.

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