O presidente do Novo Banco, António Ramalho, recusou-se a esclarecer se o banco irá utilizar a totalidade dos 900 milhões de euros disponíveis através do Mecanismo de Capital Contingente, justificando que apenas no final do ano terá a fotografia das necessidades de capital.
Questionado pelo deputado André Ventura, do Chega!, na audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no Parlamento, António Ramalho, afirmou eu “não lhe irei responder” porque “o sistema funciona só no final do ano. Funcionaremos no final do ano, em função daquilo que forem as necessidades de capital adequadas”.
Apesar disso, António Ramalho já tinha admitido, em entrevista ao Jornal de Negócios, que a pandemia iria obrigar o Novo Banco a rever em alta a previsão que tinha apresentado no início do ano ao Fundo de Resolução sobre as suas necessidades de capital em 2020. A possibilidade foi reforçada no fim-de-semana passado, quando não excluiu o cenário de que o banco que lidera venha a receber uma nova injeção de capital do Estado português, segundo uma entrevista concedida ao “Dinheiro Vivo” e à rádio TSF.
“Não ponho de parte nenhum cenário. Importa dizer aos portugueses que é mais útil – nesta altura em que temos capacidade de financiar -, financiar o Novo Banco para que ele fique bom e, no próximo ano, contar com o financiamento e a resposta e a devolução do Novo Banco para dar à sociedade estas respostas”, afirmou António Ramalho, na entrevista publicada no sábado.
“Claro que as pessoas não gostam de saber que esta capitalização [do Novo Banco] foi feita às prestações”, acrescentou o banqueiro, que criticou o facto de a capitalização do Novo Banco não ter sido como a da Caixa Geral Depósitos ou a do Banif.
Na totalidade, o Novo Banco já pediu ao Fundo de Resolução perto de 2,9 mil milhões de euros do total de 3,89 mil milhões, no âmbito do Mecanismo de Capital Contingente.
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